#JuliettaEntrevista: Marina S. Dutra e a sua perfeita mistura entre romance e ficção científica

Acho que já ficou claro que o especial de autoras da Julietta visa apresentar as mais diversas narrativas e construções literárias. Além disso, é poder auxiliar a compartilhar e reconhecer histórias que atendem os mais diversos interesses do público. Nossa entrevistada de hoje tem um diferencial para lá de atrativo: suas obras entrelaçam dois universos completamente distintos, mas que de alguma forma, se conectam de maneira fluída e natural.

Marina S Dutra tem 29 anos, nasceu em São Paulo e atualmente é advogada e autora independente de obras de romance com ficção científica. Bom, acredito que só por esse começo já é possível se perguntar como ocorre essa explosão de criatividade que deve se passar pela cabeça de Marina – algo que ela mesmo descreve como “momentos de catarse pessoal”.

Canceriana, mãe de duas gatas, fã de Studio Ghibli e uma grande amante de histórias com finais felizes, Marina começou na escrita com apenas 15 anos. Sempre impulsionada a contar histórias que lhe enchiam os olhos, o que sempre a motivou perseguir nesse caminho foram os seus leitores. “Foi muito bom descobrir, ao longo da minha trajetória, que aquelas histórias que eu guardava, por mais malucas que poderiam ser, tinha alguém que ia querer ler sobre isso. É muito especial poder dividir aquele mundinho que está dentro da sua cabeça com outras pessoas […] eu escrevo sobre o que gosto e acabei encontrando pessoas que gostam das mesmas coisas. Sempre falo que nos livros onde eu coloquei a Marina mais fanfiqueira possível, são sempre as melhores coisas que eu já realizei, é onde eu fico mais feliz. Acredito que eu não conseguiria escrever algo que fosse só para agradar outros.” declara Marina.

E se o mundo da ficção científica por vezes apresenta um estereótipo antigo (e errôneo) de ser uma leitura complexa e inalcançável, o papel de Marina é basicamente desmistificar tudo isso! Quando questionada sobre o porquê as pessoas deveriam ler suas obras, a jovem explica que seu principal objetivo é mostrar que o gênero pode ser para além do que os outros já imaginam, e construir a possibilidade de compreender o gênero como algo divertido e encantador.

“São histórias que mostram uma perspectiva diferente, além de unir outros elementos não tão explorados […] meu foco é romance, em personagens distintos, mas próximos, não é algo difícil de se ler. Isso faz as pessoas quebrarem essa distância do gênero.” conta a escritora. Muito importante ressaltar que Marina também se aventura no mundo da fantasia, com narrativas atreladas à magia, viagem no tempo, além de confessar durante o bate-papo sobre estar na tentativa de se conectar melhor com o romance contemporâneo.

“Belar” – seu romance de estreia – é quase que uma verdadeira preciosidade na vida da paulistana, uma vez que foi a sua primeira experiencia em tudo no mercado editorial tradicional. A história, que começou por um conto publicado posteriormente, recebeu muitos elogios e apoio para que fosse continuado, e assim foi feito – spoiler: deu MUITO trabalho. Marina contou que não tinha conhecimento acerca dos processos e dos recursos que são necessários para publicar um livro. De qualquer forma, a autora no fim admitiu ter muito orgulho de todo o esforço e ser muito grata pela recepção positiva que recebeu.   

Ao provar ser gente como a gente, Marina confessou que sua paixão pela literatura surgiu com a saga “Crepúsculo”, da escritora Stephenie Meyer. Já outro livro que causou grande impacto em sua vida foi “O Retrato de Dorian Gray”, do Oscar Wilde. “Ler esse livro causou uma sensação tão profunda, que me veio um pensamento do tipo ‘será que algum dia eu consigo fazer isso?’” contou a autora. As maiores inspirações da jovem são as escritoras Octavia Butler – mais conhecida como a primeira-dama da ficção científica – Holly Black e Jane Austen (bom gosto temos por aqui!). Por fim, se Marina pudesse trabalhar com uma personagem feminina por uma semana, seria a Ophélie de “A passa-espelhos”, pois a protagonista tem simplesmente a habilidade de sentir a memória dos objetos quando tocados – fala sério, imagina que incrível seria!

(Foto: Reprodução/Marina S. Dutra/@mamadutralivros no Instagram)

Para quem ficou com um gostinho de quero mais, vale muito apena conferir a última história publicada pela autora – a novela “24 horas para correr”, que diga-se de passagem, tornou o livro de ficção científica mais lido na plataforma da Amazon! Regada de autenticidade e força de permanecer 100% fiel a si mesma, a entrevista com Marina S. Dutra reflete-se como um verdadeiro presente e a Julietta deseja todo o sucesso do mundo para essa autora tão querida.

Escrito por: Letícia Guedes

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