Na cerimônia do Oscar 2025, o cinema brasileiro alcançou um marco histórico ao conquistar seu primeiro prêmio na categoria de Melhor Filme Internacional com “Ainda Estou Aqui”.
Além disso, a noite foi marcada por surpresas e debates, especialmente com a vitória de Mikey Madison como Melhor Atriz por “Anora”, superando favoritas como Demi Moore e Fernanda Torres.
Um marco para o cinema brasileiro
Após anos de batalhas e desafios, o Brasil finalmente leva para casa o tão sonhado prêmio. O longa de Walter Salles foi indicado em três categorias, sendo: Melhor Filme; Melhor Atriz, para Fernanda Torres; e Melhor Filme Internacional, essa última sendo a responsável por fazer o longa trazer a estatueta dourada para a casa.
Essa conquista é fruto do esforço coletivo de profissionais que, com dedicação e paixão, conseguiram romper barreiras e colocar a sétima arte brasileira em evidência no cenário internacional.
O reconhecimento no Oscar 2025 não é apenas uma vitória para os cineastas; é um reflexo do crescimento, da diversidade e da inovação que vêm transformando o audiovisual nacional.


A renomada atriz Fernanda Torres, cujo nome é sinônimo de talento e versatilidade no cinema e na televisão, foi um dos destaques da cerimônia. Sua participação não só simboliza a continuidade de uma trajetória brilhante, mas também reforça a importância de olhar para a nova geração sem esquecer as raízes. Fernanda, com sua performance marcante como Eunice Paiva, mostrou que o Brasil tem, em suas fileiras, artistas capazes de transpor fronteiras e emocionar o mundo.
Ao ser anunciada a vitória de “Ainda Estou Aqui”, o diretor Walter Salles, encantou a plateia com um discurso carregado de emoção e significado. Em suas palavras, o cineasta ressaltou a importância da representatividade, da diversidade e do compromisso social na sétima arte.
Salles destacou que, ao levar para casa o prêmio, o Brasil reafirma seu potencial de contar histórias que dialogam com realidades complexas e universais, inspirando cineastas e espectadores a sonhar e lutar por um futuro melhor. Seu pronunciamento foi um tributo não apenas ao cinema, mas também à Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, atrizes presentes no longa.
A ascensão surpreendente ao Melhor Filme
“Anora”, dirigido por Sean Baker, narra a história de Ani, uma jovem stripper uzbeque-americana de Brighton Beach, Nova Iorque, que se envolve com o filho de um oligarca russo, levando-a a uma jornada de autodescoberta e desafios.
O filme estreou no Festival de Cannes de 2024, onde recebeu aclamação da crítica e venceu a Palma de Ouro. Posteriormente, foi lançado nos Estados Unidos pela Neon em outubro de 2024.
A vitória de “Anora” como Melhor Filme no Oscar 2025 foi considerada uma reviravolta, superando produções amplamente cotadas. Críticos como Carlos Boyero expressaram surpresa e cansaço em relação à escolha, apontando excessos típicos do cinema independente.
Mikey Madison: de revelação a melhor Atriz
Aos 25 anos, Mikey Madison interpretou a protagonista Ani em “Anora”, papel que exigiu aprendizado de russo e execução de acrobacias próprias. Sua atuação foi amplamente elogiada, rendendo-lhe o Oscar de Melhor Atriz e tornando-a uma das vencedoras mais jovens na categoria.
No entanto, a vitória de Madison gerou debates sobre etarismo em Hollywood, especialmente após superar veteranas como Demi Moore, que era considerada favorita após vencer o Globo de Ouro e o SAG Awards por sua atuação em “A Substância”. Demi, de 62 anos, abordou os desafios enfrentados por mulheres mais velhas no cinema em seu filme, o que intensificou as discussões sobre a preferência da indústria por artistas jovens.
Após a cerimônia, a protagonista de “A Substância” demonstrou graça e profissionalismo ao parabenizar Madison publicamente e expressar gratidão por sua jornada na temporada de premiações. A intérprete de Ani, por sua vez, elogiou Moore, destacando-a como uma das mulheres mais gentis que conheceu e expressando entusiasmo por seus futuros projetos.
(Divulgação/GettyImages)
A vitória de Anora e de Mikey Madison no Oscar 2025 não apenas destacam o talento emergente no cinema, mas também acendem discussões importantes sobre representação, idade e diversidade na indústria cinematográfica. Essas conquistas refletem uma mudança contínua e necessária rumo a uma maior inclusão e reconhecimento de diversas narrativas e talentos.
Escrito por: Iris Ribeiro.
Revisado por: Letícia Guedes.