O retorno triunfal do desfile da Victoria’s Secret

“It’s a Victoria’s Secret sensation” — é com essa frase que abro a matéria de hoje, Juli Girls! Não sendo uma simples “Nas Quartas Usamos Rosa”, estou aqui para falar de um dos comebacks do universo fashion mais aguardados do ano: o desfile de moda da grife Victoria’s Secret, ocorrido na noite desa última terça-feira (15).

Entre modelos iniciantes mesclando com ícones do mundo da moda, tendências, performances pop e muita sensualidade e elegância, podemos dizer que as angels voltaram com TUDO. Então, pega seu salto alto e seu glitter, foque atenção no seu catwalk e venha comigo mergulhar nesse universo da VS!

Mas antes, como a grife surgiu?

Após seis longos anos de hiato, a grife decidiu retomar seu show anual que com certeza ficou marcado na mente de muitos amantes de moda pelo mundo afora. Para entendermos um pouco melhor sobre a história da marca, Victoria’s Secret foi fundada pelo empresário Roy Raymond e o nome veio de sua profunda admiração pela rainha Victoria. Tendo seu primeiro desfile datado em 1995, a grife acompanha a ideia de uma mulher livre, confortável e sensual.

(Foto: Reprodução/Fashion Gone Rogue)

Em 2001, o “Victoria’s Secret Show” começou a ser televisionado, o que elevou a expectativa e dimensão do desfile para grandes eventos sociais com shows de artistas de peso. Atrelado a isso, obviamente, estavam as top models que apresentavam a coleção do ano — ou como chamamos, as angels. O nome veio por conta do acessório de “asas” que um grupo seleto usava ao caminhar na passarela.

E se falamos de modelos nos anos 2000, vários nomes já surgem na cabeça: Tyra Banks, Naomi Campbell, Heidi Klum, além dos destaques para nossas brasileirinhas Gisele Bündchen, Alessandra Ambrósio e Adriana Lima.

Estes são apenas alguns dos grandes nomes que já passaram pela grife e fizeram história com suas aparições. Como todo trabalho é cíclico, também não deixamos de destacar modelos atuais como as irmãs Gigi e Bella Hadid, Barbara Palvin, Ashley Graham, Anok Yai e muitos outros talentos.

(Foto: Reprodução/Internet/Canva)

Detalhes visuais do Victoria’s Secret Fashion Show 2024​

Agora vamos voltar para a noite de terça-feira, não é mesmo? Abrindo o desfile, tivemos a performance da cantora Lisa, integrante do grupo de k-pop “Blackpink”. Logo após, Gigi Hadid apareceu com uma camisola rosa de fenda frontal, em conjunto a um par de asas da mesma cor. O rosado permaneceu forte por todo o primeiro bloco do desfile nas lingeries.

Fendas, babados, plumas, tecidos franzidos e recortes assimétricos foram apenas algumas das tendências vistas ao longo do show inteiro. Ao atravessarem a passarela ao som de grandes hits pop do momento como “Femininomenon”, da Chappel Roan, e “365”, de Charli XCX, a atmosfera do local foi totalmente transformada.

Já na segunda parte, tivemos a presença da cantora Tyla — a mais nova estrela sul-africana. Para uma primeira performance no evento de porte, podemos dizer que a artista parecia praticamente parte das angels com todo seu carisma e talento.

Enquanto isso, os looks das modelos permeavam entre tons de nude, branco e prata, adicionando por vezes um azul e dourado. Ah! E claro que não podemos deixar de comentar as sandálias de salto transpassadas, uma outra grande marca da Victoria’s Secret!

@infotylabrasil DEUSA! Tyla performando “Water” no desfile da Victoria’s Secrets 🪽 #tyla #VSFashionShow @Tyla ♬ Water – Tyla

Ao estender-se para o terceiro bloco, a grife prepara um momento só para ele: o all-black! Um clássico no mundo na moda e atemporal no guarda roupa de todas nós, a cor surgiu nas modelos em looks um pouco mais cobertos. Peças incorporadas desde babydolls e sobretudos rendados, até calças de couro, ombreiras e jaquetas puff.

Muitos visuais para assimilar? Calma que temos mais! Na quarta etapa do show, tivemos uma perfeita mesclagem de preto com vermelho, alguns com estampas em floral e transparência de redes. A cantora Lisa retornou ao palco para cantar um remix da canção “Kiss Me”, um hino presente em diversos filmes dos anos 2000 e que auxilia no toque de nostalgia que o evento tentou proporcionar.

(Foto: Reprodução/Internet/Canva)

Por último, a chama vermelha se fez por completa nos looks das últimas modelos, trazendo toda a sensualidade e elegância para a passarela. E com uma convidada ilustre: Cher! A cantora norte-americana, que foi uma imensa referência no mundo da moda durante a década de 60 e 70, contou com uma performance envolvendo bailarinas e coreografia.

Ao encerrar os trabalhos da Victoria Secrets no ano de 2024, a modelo Tyra Banks foi a última a desfilar, como uma forma de homenagear todo o seu legado interligado a grife.

Pautas de diversidade trabalhadas durante o desfile

Bom, como já vimos no começo, a Victoria’s Secret é uma marca mais do que afamada quando o assunto é top models. Para iniciarmos, não posso deixar de expressar como o Brasil de fez presente na passarela. Alessandra Ambrósio, Adriana Lima, Isabeli Fontana e Valentina Sampaio (destaque por ser a primeira modelo trans contratada pela marca) entregaram carisma, carão e muito talento.

Ademais, a VS esse ano foi responsável por destrinchar questões das quais foram criticadas por muitos anos, e que, consequentemente, acarretaram para sua queda por muito tempo: a diversidade. É necessário ressaltar que essa conversa veio a tona no final dos anos 2010, quando os telespectadores começaram a ir além da glamourização do desfile e pontuar problemáticas como, a super valorização da magreza, falta de corpos distintos nos manequins e cultura da misoginia.

Portanto, para muitos, o retorno do Victoria Secrets Fashion Show 2024 tenta mostrar justamente essa mudança simbólica de sentidos. No entanto, há quem se mostre relutante a acreditar na troca de postura da grife, como um argumento de ser apenas uma “desculpa” para um espetáculo datado, mostrando lados ainda mais acentuados da discussão.

Importante retratar que toda representação deve ser agregada a seu nível total, e não apenas numa narrativa de “tampar buracos” em um determinado lado. Dessa forma, a marca, tratando de uma consciência social coletiva, deve se mostrar disposta a atender todos os públicos. E não só sozinha, mas em um cenário da moda hodierno por completo.

Durante o espetáculo tivemos a participação de modelos +50, como Kate Moss e Carla Bruni, quebrando paradigmas sobre etarismo no mercado da moda. Ashley Graham e Paloma Elsesser como top models plus size, que também contribuíram como destaques incríveis durante o show. E até mesmo Valentina Sampaio, já citada anteriormente, e Alex Consani batendo de frente com questões de gênero.

(Foto: Reprodução/Internet/Canva)

E o que esperar para o futuro da grife?

Vem aí o Victoria Secrets Fashion Show 2025? Bom, acredito que expectativas foram lançadas após a noite do desfile. Só sei que de uma coisa é certa, caras Juli Girls, o mundo da moda é um acúmulo de fascínios e febres, sejam elas passageiras ou não, e as tendências e referências apresentam-se como um ciclo sem fim e nós, amantes do nicho, precisamos ficar de olho em tudo. Sendo assim, “see you at the runaway”, até o próximo encontro fashion!

Escrito por: Letícia Guedes.

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