Divertida, sorridente e criativa, qualquer conversa com a autora Ahri Pinheiro flui levemente. E para começar esse bate papo, perguntei à autora com qual personagem ela trabalharia e ela respondeu Audrey Moore, do livro “Sob As Luzes da Broadway”. Segundo Ariadne, a escrita da obra é tão envolvente e real, que durante a leitura é impossível não vibrar pelas suas conquistas e se questionar se ela é uma pessoa real. “Você ri, chora e se apaixona. Cada elemento é distribuído da forma certa”, pontua. Ana Luiza Marriel foi uma das primeiras autoras nacionais que teve contato. Regado a elogios, Ahri fala sobre o quão fantástica e eclética a autora é e sobre o fato de serem amigas desde 2017.
Sobre o seu contato com a literatura, a Ahri – como carinhosamente se denomina- conta que sempre amou ler livros e escrever. Durante sua infância, teve acesso a livros infantis como Patinho Feio e Pinóquio. Por seu pai trabalhar em uma empresa de recortes de jornal, ele sempre presenteava a filha com inúmeras folhas. Assim, em determinada idade, Ariadne grampeou algumas folhas de ofício e começou a escrever a história de uma princesa que só queria sair do castelo para brincar (Rapunzel, é você?).
Ao decorrer dos anos, o contato com a escrita se manteve distante. Até que em 2016, a jovem escritora se mudou de Salvador para São Paulo. A foi muito drástica, uma vez que Ahri deixou muita coisa pra trás e não estava sabendo lidar com essa nova estação. Desse modo, ela buscava por um refúgio. Com sede de viver o novo e se reencontrar com sua mini versão, escreveu a sua primeira história em 2017. Segundo a autora, o processo simplesmente a tirou o sono e sua intenção inicial era fazer um conto, pois não sabia se era capaz de escrever um livro.
Acerca do processo criativo de sua primeira obra, a autora conta que decidiu iniciar a história pelo final, como se toda a trama já tivesse acontecido. Em 2018, ela decidiu publicar a obra no Wattpad. Ainda sobre a plataforma, Ahri compartilha que gostou muito de publicar por lá porque é um terreno criado para que as pessoas conheçam novos autores. Para ela, o processo criativo é mais divertido. Já na Amazon, a dinâmica de publicação ganha um novo peso, uma vez que é necessário um bom índice de páginas lidas para receber um pagamento condizente com investimento feito. Ela também divide a eterna sensação de cobrança de que seus lançamentos só serão bons caso superem a obra anterior. Mesmo assim, Ariadne conta que nada supera a sensação de ver as pessoas comentando sobre as suas obras.
Ao ser questionada se tende a escrever para si ou para o público, a autora conta que tenta equilibrar muito isso e pensar nos dois lados da moeda. “Com a escrita consigo me expressar mas também preciso que o leitor entenda o modo que quero me expressar.”, conclui. Assim, a jovem pontua que não escreve exatamente o que o público espera para não acabar escutando muito os outros e esquecendo de ouvir os seus próprios personagens.
Sobre o seu maior sucesso “A Ruína de Hades”, Ariadne conta que rasgou todo o seu coração e colocou tudo de si nesta obra. Antes de escrever o protagonista Dimitri, a escritora achava que era impossível desabar de chorar enquanto escrevia um personagem. Para ela, Dimitri é como se fosse um espelho que refletisse sentimentos, pensamentos e questionamentos que ela carrega. Em meio a risadas, Ahri compartilha que músicas, filmes e séries são inspiração para as suas histórias. Porém, “Never Look Back” é uma obra que foi inspirada em sua própria vida, uma vez que a autora compartilha com o público um relacionamento que teve e não deu certo. ALGUÉM CURIOSO PARA LER ESSA HISTÓRIA AÍ TAMBÈM? Entre risadas, ela compartilha que escrever esse livro foi uma forma de desabafar tudo o que passou e assim colocar um ponto final nessa história.
Como uma boa amante da cultura pop, a autora sempre carrega referências em suas obras. Em “A Ruína de Hades”, há citações de Sr e Sra Smith, Vikings, 007 e John Wick. Trazendo nostalgia para os nossos corações, em dezembro de 2023 a autora fez parte de um projeto no qual 5 autoras lançaram noveletas que referenciam as comédias românticas dos anos 2000. Em sua obra chamada “The Lucky Ones”, baseada no filme “Sorte No Amor”, Ahri conta que amou escrever um clichê que contém uma excelente reviravolta. Além de autora, Ahri trabalha com design e cria artes para as redes sociais de um grupo de autoras.
Ao longo do caminho, Ahri compartilha que conheceu outras autoras que lhe inspiraram bastante. Com muita admiração, ela diz que Zoe X a ajudou muito no início. “Ela ia tirar o livro “Indomável” do Wattpad em 2 dias e eu li em 2 dias”, conta. Ela também não mede esforços para elogiar a autora Luiza Miranda. “Gosto muito de encontrar autores que estão na mesma frequência que eu”, pontua. Com muito amor e carinho, ela compartilha que conhecer a autora Flower Rye foi como descobrir um diamante. Podendo ser considerada a maior fã de sua amiga – e colega de profissão, Ahri divide que a escrita de Flower é impecável. “Quando você lê seus livros é impossível não favoritar. AMAMOS UMA AMIZADE! E não para por aí! Ela aproveita o espaço para pontuar que também recebe apoio de autoras como Júpiter, Annie Belmont e Avril Jones. “Elas são autoras incríveis que me inspiram e que me levam para frente”, relata. Sobre o ambiente entre autoras ser tão competitivo, Ariadne conta que acha lindo ter um ciclo saudável de amizade na qual uma autora está sempre torcendo pela outra.
A respeito do que mudaria no mercado literário, Ariadne comenta que gostaria que os autores recebessem maior visibilidade. Segundo a autora, para um livro estar na Amazon, ele passou por vários processos como: revisão, leitura crítica e sensível, diagramação- que muitas vezes não são valorizados pela sociedade. Falando sobre sonhos, para a autora “A Ruína de Hades” deveria se tornar um filme. De acordo com ela, já é possível imaginar uma cena de luta da parte 2 do livro passando nas telonas do cinema. Já sua obra “Alto Mar” poderia se tornar uma comédia romântica de 1h e 30 min que todo mundo ama assistir no sábado a noite comendo pipoca e um chocolatinho.
Com muito humor, ao ser questionada como lida quando o processo criativo de uma história não está fluindo, Ahri diz que chora. Brincadeiras à parte, ela costuma tirar um tempo para se desconectar da história. “Para mim, o bloqueio criativo não vem pela história em si, mas pelo fato de que como autores precisamos nos dividir entre tantas coisas que acabam penetrando em nossa mente”, pontua.
Muito atrelada a música (principalmente indie e rock), Ahri comenta quais são as músicas que mais combinam com as suas histórias. Em “A Ruína de Hades”, “Every Breath You Take” da banda The Police ganha destaque e The Neighborhood foi inspiração para a criação de alguns personagens que carregam melancolia. Chase Atlantic, Lana Del Rey, The Weeknd e Rihanna também compõem a trilha sonora dessa história. Para Alto Mar, a cantora sente que a música África combina com a história. Entre risadas, ela conta que Alejandro de Lady Gaga é a faixa tema de Wicked Sent porque o protagonista se chama Alejandro.
Ao publicar seu livro “A Ruína de Hades”, a autora compartilha sobre situações complicadas que vivenciou. Durante 6 anos, a autora manteve uma conta ativa na plataforma Wattpad. Até que um dia sofreu plágio de uma pessoa conhecida. Com o intuito de solucionar a questão, Ahri entrou em contato com quem lhe causou dano e em pouquíssimo tempo ela (a vítima) teve a sua conta denunciada e excluída. “Perder algo que era meu por uma ação que não fiz foi um momento que me abalou muito como autora. A primeira opção que apareceu em minha mente foi desistir, mas tive forças e determinação para publicar esse livro” ,conta.
Sobre o cancelamento, a autora conta que quando a sua obra ainda estava na plataforma Wattpad, o protagonista Dimitri tinha TDI (Transtorno Dissociativo de Identidade), uma pessoa leu apenas a sinopse e iniciou uma movimentação de cancelamento. “Nessa época, sofri muitos ataques pesados. Poderia ter ido adiante mas priorizei a minha saúde mental”, fala. Sobre abordar temáticas diferentes e sensíveis, a autora conta que pesquisou bastante e realizou leituras sensíveis. Mesmo assim, no dia que sofreu o ataque, a autora decidiu reescrever a história.
De modo alegre, a autora se define como intensa, detalhista (por gostar de entregar o máximo do sentimentos dos personagens para os leitores) e estratégica (por gostar de criar uma teia que faz com que os personagens se conectem em meus livros). Sobre o projeto da Julietta no mês de maio, a autora conta que deseja que aumente a visibilidade de cada autora pois é um projeto que as dará voz. Com muita alegria, a autora compartilha que se sente como uma estrela por ter esse espaço para tornar notório o seu amor pela escrita.
Acerca dos seus próximos lançamentos, ela nos adianta que em breve virá com um livro de dark romance no universo da Fórmula 1 e continuação da série “Os Olimpianos” trazendo a história da Gianna e do Gregory.Para o final do ano, a autora pretende lançar um dark romance no universo de hóquei. Como uma boa fã de Crepúsculo, The Vampire Diaries e The Originals, Ahri irá se aventurar e escrever um dark romance com pitada de fantasia com vampiros em 2025. Ainda nesse ano, ela pretende publicar um livro ambientado no Brasil. Com muito humor, ela nos antecipa que todas as obcecadas pelo Wagner Moura terão um conteúdo excelente! Foi uma alegria imensa ter esse tempinho maravilhoso de conversa com uma mulher tão determinada, sonhadora e cativante! Desejamos todo o sucesso em sua caminhada, Ahri!
Escrito por: Maria Eduarda Rocha
Meu Deus, como eu amo a Ahri!! Se tem alguém que tá conhecendo a autora e mulher incrível que ela é por essa matéria, corre pra amazon agora mesmo!!
Matéria incrível, Maria!! ❤️
Obrigada por apoiar o trabalho dela!
Não é suficiente você se sentir como uma estrela, meu amor, você É uma estrela! Somos suas fãs, Ahri. Que bom que não desistiu!
Obrigada por distribuir amor!