#JuliettaEntrevista: um bate-papo com Gabriela Bortolotto, romancista de histórias que vão tirar o seu fôlego

“Eu sentia que a carreira de jornalista estava atrapalhando a minha vida de autora. E na época, estava sendo muito mais rentável para mim focar na vida de autora. Então, ali pelo meu último ano de faculdade, eu já estava focada na minha carreira [como escritora]”, contou Gabriela Bortolotto, autora de romances na Amazon. Gabriela é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Goiás e hoje se mantém ativa como autora.

E se essa mulher dedicada fosse trabalhar com uma personagem famosa por uma semana? A resposta não surpreendeu a Julietta dada as circunstâncias, mas foi inédita até agora: Lady Whistledown, de Bridgerton — atualmente interpretada por Nicola Coughlan e parcialmente narrada por Julie Andrews na série da Netflix. “Eu trabalharia com ela, com certeza. Se ela precisasse de ajuda na redação, eu estaria lá. Se ela precisasse de ajuda para descobrir eu estaria lá também [risos]. Ai é o meu lado jornalista”, afirmou Gabi.

A Julietta questionou se a mais recente protagonista de Gabi era ruiva por pura inspiração em sua criadora. “Eu falo que as personagens vêm da forma que eles vêm. E ela me veio assim, ruiva”, respondeu. Assim como outros escritores costumam afirmar, personagens tem vida própria. Eles nascem, se desenvolvem e criam personalidades únicas que muitas vezes impedem o escritor de dar aquele rumo desejado. Mas isso tudo é o que faz com que as histórias permeiem como únicas, sensíveis e exclusivas. Com as histórias da Gabriela, não poderiam ser diferentes. Afinal, atualmente ela tem um grande acervo de histórias contadas e esse é apenas o início de sua carreira. Mas e o que a levou a escrever e se tornar essa autora tão esplêndida e dedicada?

Foram as fanfics. Eu comecei a escrever fanfics. Eu tinha onze anos, e eu comecei a escrever fanfics do One Direction. Eu comecei porque era legal, porque eu lia. Foi a época em que eu também comecei a me introduzir no universo literário. Comecei a ler Percy Jackson e tudo mais, mas as fanfics traziam a questão do romance. E por mais que houvesse uma pitada de romance [em Percy Jackson], não são livros focados no romance e as fanfics me traziam essa questão. Então eu comecei a escrever por querer criar aquele romance, por querer criar aquela vida. Eu ainda gosto de fantasiar aquela outra vida. Como seria viver aquela outra vida, que a personagem está vivendo”, revelou Gabriela.

Com idas e vindas em relação a escrita desde os onze anos, ela afirma que nunca conseguiu parar de escrever — e não o pretende. “É gostoso criar histórias. É gostoso contar esses romances”, contou a profissional. “Enquanto eu continuar tendo vontade de ler algo, eu vou continuar tendo vontade de ler algo”, destacou. Para Gabi, ela vai escrever sobre as coisas que se sente bem consumindo — e isso torna a experiência de ambos os lados — enquanto autora e leitora — ainda mais especial.

(Foto: Reprodução/@bortolotto.gabi)

Mas e quanto a literatura nacional? “Ainda existe um preconceito das pessoas com histórias nacionais. Elas não visualizam tanto a longitude que a literatura nacional tem hoje. No mercado independente, principalmente. […] O mercado nacional não é grande porque não temos tantas autoras nacionais publicadas por editoras grandes. Temos, mas uma porcentagem pequena. E esse projeto [da Julietta] da uma visibilidade legal para essas autoras nacionais. E a maioria das autoras nacionais vieram de sonhos”, opinou a autora. Seeescritora é um sonho que a Gabriela realizou, e gosta de sempre incentivar outras pessoas a seguirem no mesmo caminho, por mais que os resultados finais não sejam imediatos. Hoje, ela reconhece que vive uma realidade que não julgava ser possível há dez anos atrás, mas se encontra extremamente grata por sua trajetória até aqui.

Finalizando o bate-papo, ela revelou que não costuma lembrar de tudo o que escreveu, por não ter o hábito de reler suas histórias depois de publicadas, apesar de gostar da sensação de poder se emocionar outra vez com as personagens. Relembrar de trechos os quais não fazia ideia ter escrito, permite que Gabriela sinta uma nostalgia gostosa. Mas, felizmente, ela consegue afirmar que hoje gosta da própria escrita — por mais que nunca tenha relido um de seus livro todo depois da publicação final. Ah, claro: isso vem muito do fato pessoal de não reler livros no geral. Gabi, você é gente como muita gente! Fique tranquila. E se você gostou da entrevista até aqui, não se esqueça de dar uma passadinha no perfil do Instagram @bortolotto.gabi e conferir “As consequências de amar você”, seu último sucesso.

Escrito por: Ana Clara Reis

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