#JuliettaEntrevista: “Não Pare!”, amor pela odontologia e + na exclusiva com FML Pepper

Alguma vez você já se perguntou: “e se eu me apaixonasse pela morte?”? Foi com essa premissa que FML Pepper ganhou o mundo e, com os anos, se tornou uma das autoras brasileiras mais vendidas do Grupo Editorial Record. Mas, a entrevista de hoje vai começar pelo que talvez seja a maior curiosidade dos leitores: afinal, qual é o verdadeiro nome dela?

Primeiro de tudo: “Pepper” é o seu apelido. “Todo mundo acha que eu fiz isso [o pseudônimo] porque eu queria pegar o mercado americano. Acabou que deu certo, mas eu não tive a intenção. Pepper é meu apelido. Eu venho de uma família humilde, comecei a dar aula num curso de inglês desde muito cedo para ajudar em casa e meu chefe me chamava de ‘Miss Pepper’, por conta do meu sobrenome, Pimentel. Eu brincava com ele dizendo que eu ainda usaria isso para alguma coisa”, contou a escritora. Com o tempo, Pepper se formou em Odontologia e, ao publicar a primeira versão de “Não Pare!” de maneira independente na Amazon, chegou a assinar como Fátima Pimentel. Acontece, que a escolha durou uma semana, porque segundo ela, as pessoas que pesquisavam o nome só se depararam com artigos de odontologia e monografias. “Foi onde percebi que teria que divorciar a literatura da odontologia”, confessou FML. Ela ainda tentou assinar como “Miss Pepper”, mas por alegarem que já existia alguém no ramo com mesmo nome, ela foi para sua segunda opção: o nome pelo qual a conhecemos nos dias de hoje. 

E se você já nos acompanha por aqui, sabe que provavelmente toda entrevista tem uma pergunta de lei: se você pudesse trabalhar com uma personagem feminina por uma semana, quem seria? E FML diz: KATIE SCARLETT O’HARA! A protagonista de “E o vento levou”’, de Margaret Mitchell. “Ela dispensa apresentações. Margaret Mitchell criou uma personagem totalmente cheia de falhas, cheia de erros, complexa e difícil. Aquela personagem que teoricamente a gente teria raiva e ao mesmo tempo a gente ama, porque a gente percebe toda força dela. Mesmo ela fazendo burrada atrás de burrada e aquela personalidade difícil, mesquinha. Ela era tão forte que a luz dela é algo tão impressionante que você não tem vontade de largar. Então, sem dúvidas: seria Katie Scarlett O’hara”, explicou a autora. 

Para 2024, sua primeira novidade é o lançamento do segundo livro da trilogia de Deusas de Unyan, que será lançado até a Bienal deste ano. Ano que vem, o terceiro e último parece que estará entre nós. Alguém mais ansiosa ou só a gente?

“Você tem que entrar no mercado editorial porque você ama. E se ganhar dinheiro a partir dali, é uma benção”, confessou FML, que foi sincera sobre as dificuldades do mercado editorial brasileiro. Sua vida é dividida entre a carreira de odonto, a qual ela ama, a carreira de escritora, que arde em seu coração, e a família. E falando em família, foi durante uma gestação difícil e à beira de uma depressão que ela recebeu a história de “Não Pare!”. A fã de Oscar Wilde relata ficar impressionada com o quanto ele consegue dizer usando a boca da personagem, a voz da personagem, verdades impressionantes. “A forma dele escrever é algo que você fica imerso na leitura. ‘Véspera’, de Carla Madeira, foi um livro que eu senti essa conexão que sinto com o Oscar”, afirmou. 

“A leitura entrou como mágica na minha vida, num momento muito difícil”, contou. “Eu comecei a ler tarde. Fui uma leitura tardia. E um dos livros que eu li foi ‘A Menina que Roubava Livros’, durante a minha gravidez de risco. Entre a vida e a morte. E meu marido começou a me trazer vários livros. E um deles, foi esse. E eu fiquei muito encantada com o fato da morte narrar a história. E aí veio à minha mente: ‘e se a morte tivesse sentimentos? E se a morte se apaixonasse pela pessoa que ela deveria matar?’. E eu comecei a procurar, e não existia nenhum livro assim. Aí veio a ideia de ‘Não Pare’. E se não tem, escrevo eu”, compartilhou FML a respeito de onde surgiu a vontade de ser escritora.

Pepper finalizou a entrevista dizendo que aquilo que a inspira a escrever é escrever algo que ela nunca tenha lido antes. Se desafiar e inovar é uma das coisas mais importantes para ela. “A literatura é as minhas asas. Eu posso voar com a literatura”.

Escrito por: Ana Clara Reis

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