Oi Juliettas, vocês já ouviram falar de ficção de cura? Trouxemos para vocês uma entrevista com a autora Karen Fernandes para falar um pouco sobre essa literatura não tão conhecida porém extremamente promissora.
(Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal)
A literatura é uma forma de expressão poderosa, e quando vem com um toque de autêntica sensibilidade, ela chega em nossos corações de uma maneira única. Karen Fernandes, autora de ficção cristã e ficção de cura, é um exemplo perfeito disso. Com apenas 25 anos e um carisma inabalável, ela tem levado suas experiências pessoais e suas lutas internas para a ponta do lápis. Casada e à espera do seu primeiro filho, Karen é uma baiana que encara a escrita não só como profissão, mas como missão de vida. E é com muito orgulho que ela compartilha sua jornada com as leitoras da Julietta Magazine.
O despertar para a escrita
Karen não se lembra de um momento em que não fosse fascinada pela escrita. Desde criança, ela adorava as aulas de português, especialmente as redações. Para ela, escrever sempre foi uma forma de se expressar, já que por muito tempo, falar parecia ser um desafio para nossa autora. “A escrita sempre foi uma porta de escape“, ela confessa. Foi na pandemia, quando as circunstâncias do mundo se transformaram, que surgiu a ideia para o seu primeiro livro, uma obra que hoje reflete não só sua vida, mas também seu propósito de ajudar os outros através das suas histórias.
A personagem que é a cara da autora
Se tem uma personagem que define Karen, essa é a Kate, a protagonista de seu primeiro livro. Ela e Kate são praticamente uma só, com a história da personagem carregando grande parte da sua própria vivência. “Ela é 100% eu“, diz Karen com uma risada. A relação entre autora e personagem é quase como uma amizade profunda, onde tudo o que a personagem passa, Karen já viveu de alguma forma.
A fé e a saúde mental: quebrando tabus
Um dos pilares do trabalho de Karen é o tema da saúde mental, algo que, infelizmente, ainda é um tabu dentro do mundo cristão. “Meus livros falam de saúde mental porque eu passei por um período muito difícil e não tive apoio nem da minha família nem da igreja“, compartilha. Ela acredita que a fé e a saúde mental podem caminhar juntas, e sua escrita é uma forma de mostrar isso a outras pessoas. E o retorno que recebe de suas leitoras tem sido emocionante: muitas delas relatam que, ao lerem seus livros, entenderam que pedir ajuda não significa falta de fé, mas sim um passo necessário para a cura, que uma coisa não anula a outra.
Do caos ao processo criativo
O processo criativo de Karen é, como ela mesma define, “bagunçado”. As ideias surgem de músicas, filmes ou situações cotidianas, e a autora deixa a criatividade fluir de forma quase espontânea. “O personagem mora na minha cabeça primeiro, para depois ele ir parar na tela do notebook, porque eu penso nele o tempo inteiro, penso o que ele estaria fazendo hoje, o que ele está comendo, onde ele vai, então eu fico ali vivendo com ele na minha cabeça até eu conseguir escrever sobre ele”, ela diz, falando sobre como se sente com cada um de seus personagens. A escrita é uma forma de imersão completa, onde a autora vive com seus personagens antes de compartilhá-los com o mundo.
Ficção de cura: um gênero com alma
Embora Karen goste de ler romances com fantasia, seu verdadeiro amor é escrever ficção de cura, um gênero que ainda é pouco explorado no mercado literário. E é exatamente nesse campo que ela sente que pode expressar de forma mais intensa suas experiências e mensagens sobre a superação emocional.
Música e inspiração
Quando perguntada sobre a música que define sua vida como autora, Karen revela que Harry Styles teve grande influência no processo criativo de sua noveleta. “Fine Line“, do cantor, foi a trilha sonora de um dos seus momentos mais criativos e íntimos, e marcou um dos passos dessa jornada literária.
O sonho de alcançar novos horizontes
Hoje, Karen olha para o futuro com um desejo simples mas poderoso: ser reconhecida por seu trabalho e ser publicada por uma editora tradicional. “Eu vejo isso mais como uma consequência do meu trabalho“, afirma. Ela sabe que, mais do que uma meta, isso é um reflexo do esforço e da dedicação que coloca em cada palavra escrita.
Primeiros passos e aprendizado
Seu primeiro livro foi uma verdadeira aventura. Lançado de forma independente, e sem mesmo passar por uma revisão, Karen admite que o processo foi um tanto “caótico”, mas essencial para seu crescimento como autora. “Foi um fiasco, mas hoje já consigo trabalhar da maneira certa“, ela diz com um toque de leveza, mostrando que o erro é apenas uma lição disfarçada.
O toque da fé nas histórias
Karen também reflete sobre como incorpora sua fé nas histórias que escreve. Para ela, não se trata de pregar, mas de transmitir princípios e valores de forma sutil, através das vivências dos personagens. É essa abordagem genuína e sem imposições que atrai tantos leitores que buscam algo mais profundo e verdadeiro em suas leituras.
Além da escrita: a Karen no dia a dia
Quando não está imersa no mundo da literatura, Karen é uma pessoa tranquila e caseira. Ela adora passar tempo com a família, assistir a doramas e ouvir música. Seu estilo de vida calmo reflete a paz que ela tanto busca e transmite em seus livros. “Eu sou uma pessoa muito pacata, gosto de ficar em casa, de ler e de estar com a família“, a autora conta.
Livros com alma e emoção
Karen tem vários livros publicados, e cada um deles carrega um pedaço da sua alma. “Sopro de liberdade”, “Querido coração acelerado” e a noveleta “Hoje não, amanhã talvez” falam de saúde mental, ansiedade, luto e cura emocional. A escrita é, para Karen, uma forma de libertação, e ela compartilha com seus leitores um pouco de sua dor, seus medos e suas vitórias, sempre com a esperança de que seus livros ajudem outros a encontrar sua própria jornada de cura.
O futuro: novos projetos e um romance inusitado
Em breve, Karen lançará “Te encontro no pódio”, um romance que mistura fé, superação e a paixão pela Fórmula 1. Ela sente que o mercado literário carece de histórias que abordam esse tipo de tema sem envolver tramas com “hot”. Este novo livro é a oportunidade da autora nos trazer essa nova proposta. Uma história inédita sobre uma jovem que é piloto e perde a fé depois que o namorado sofre um acidente, a fazendo desacreditar em Deus “ é um livro sobre se reencontrar com a fé, um romance que começa meio gato e cachorro até ambos se acertarem” diz a autora.
Em três palavras: Contemplativa, silêncio e gratidão
Karen Fernandes é uma autora que não apenas escreve, mas sente profundamente o impacto de suas palavras. Com uma visão única sobre a vida, ela nos lembra da importância de vivermos com mais empatia, fé e, claro, gratidão. Em sua trajetória literária, ela promete continuar sendo uma voz que ecoa os sentimentos mais profundos da alma humana.
E para as leitoras que acompanham sua carreira, Karen é a prova de que, mesmo nas situações mais difíceis, é possível encontrar esperança, cura e redenção através das palavras.
Todos os livros de Karen Fernandes:
Querido Coração Acelerado / Hoje não, amanhã talvez / Sopro de liberdade
Escrito por: Nathalia Orlando.
Revisão por: Milly Ricardo.