Fernanda Freitas começou na escrita aos 13 anos, acompanhada da sua melhor amiga na escola. A jovem sempre dava suas histórias para suas amigas lerem. Chegou até a escrever no Tumblr, mas não seguiu por muito tempo, pois queria fazer outras coisas. Formada em Publicidade e Propaganda, com um leve sonho em ser diretora de cinema, Fê se imaginou em alguns bastidores de filmes com sua formação, mas os livros cruzaram seu caminho.
“Eu sempre tive uma história na cabeça, que foi o primeiro livro que eu publiquei, o “Lembre-se de Mim, Thomas”. Eu tinha essa história na cabeça, mas eu nunca, sei lá, eu nunca tinha terminado um livro, nunca encontrava tempo. E aí a pandemia veio, e eu perdi o emprego. Eu trabalhava como estagiária na época numa agência de publicidade. Eu perdi o emprego e aí, trancada em casa, sem saber o que fazer, falei assim: ‘Quer saber? Eu acho que essa é a oportunidade perfeita de finalmente tirar essa história da minha cabeça e ver no que dá’. E aí eu escrevi. Foi o primeiro livro que eu realmente finalizei. E eu falei: ‘Tá! Agora eu vou publicar’”, contou Fernanda sobre o que a levou escrever.
E ela continua escrevendo, justamente, pelas mensagens que recebe de gratidão. Os recados referentes ao quanto sua história ajudou a achar uma forma de superar situações ruins que lhe aconteceram, assim como com as suas personagens. “A quantidade de mensagens que eu recebi de meninas falando que tinham passado por algo semelhante [a de Sophie de “Sobre Nós”] foi assustador. Ver as mensagens delas falando que elas encontraram também uma forma de superar isso, uma forma de seguir em frente, de não resumir a vida só a esse acontecimento, como se elas estivessem destruídas por causa disso, como se nunca fosse possível… Isso é uma coisa que você nunca vai esquecer, mas você aprende a viver com isso”. Só de saber que consegue ajudar com sua paixão, Fernanda Freitas se sente realizada.
Se ela pudesse trabalhar com uma personagem fictícia por uma semana, seria a Verity, da Colleen Hoover, só por simplesmente querer entender a mente dessa mulher. Aliás, este também é o livro que ela indica todos a lerem. Ao ser perguntada sobre qual das suas personagens mais se parecia com ela, ela diz ser uma combinação de Savana com Eretria de “Sobre Nós”.
“A Eretria porque ela vai atrás do que ela quer, ela defende os animais, o meio ambiente. Ela briga com as pessoas se ela tiver que fazer a opinião dela ser ouvida, no sentido de mostrar para as pessoas uma visão diferente do que elas acham que é o certo, e não porque ela acha que a verdade dela é absoluta, mas que ela pode ensinar alguma coisa pra alguém. Ela se faz ouvir quando precisa. A Savana é muito tranquila, ela tem as loucuras do livro dela, mas eu acho ela bastante razoável, nem 8 nem 80. Essas duas são as que mais me definem”, justificou.
Se você for amante de romances com situações reais, assim como ela mesma é muito fã de Nicholas Sparks, Fernanda Freitas faz com excelência. Em suas histórias, é uma certeza de que você irá encontrar alguma identificação, e ela mesma te diz os motivos: “Você vê o mundo, a importância da terapia nesses livros que trazem esses assuntos; relacionamentos abusivos também são coisas que as pessoas podem olhar e falar ‘Caramba, eu me sinto assim’, ‘Eu me comporto assim’, ‘Eu penso assim’ e de repente tentar seguir uma linha semelhante ao que o personagem fez no livro pra tentar se curar. Sabe? Eu acho que é por isso que as pessoas deveriam ler os meus livros, porque eles são romances, sim! São pra tirar você um pouco da realidade, mas você fica ali com o pézinho na realidade, um pézinho na fantasia de imaginar aquela história que não é real, mas que você de alguma forma pode se ver nela”, defendeu a autora.
Se Fê pudesse escolher uma de suas obras para se tornar um audiovisual seria “Sobre Nós”, porque ela é conhecida por essa série e seus leitores pedem mais e mais por continuação, crossover e spin off. A série [que não deveria ter se entendido tanto, haha] se tornou sua “história conforto”, já que se foram 4 anos escrevendo a obra e ainda está escrevendo sobre ela.
A trama nos conta sobre Sophie Harley, que, depois de eventos traumáticos, está disposta a esquecer o passado e focar no futuro. E homens estão fora de questão, totalmente! Até Derek Mackenzie, o capitão do time de basquete da universidade, aparece determinado a ficar com ela e precisa mostrar a Sophie que é um cara decente por trás da reputação de mulherengo, antes que ela diga não para ele de uma vez por todas.
E se você ainda não leu, aposto que está torcendo por este casal, eu já estou em suspiros por aqui! Por mais que estejamos apaixonadas, Fernanda tem vontade de escrever fantasia por mais que seus leitores provavelmente não abracem a ideia já que não é seu gênero. Ela reforça que escreve para si mesma e para o público igualmente. Inclusive, a ideia desse projeto de se aventurar em outro gênero já está totalmente pronta, só falta a iniciativa.
Se descrevendo enquanto autora em 3 palavras, elas seriam: responsável, criativa e louca. Como uma boa definição, já temos mais um livro sendo escrito que está bem no comecinho e a Julietta conseguiu spoiler da próxima obra! Será amizade colorida! Que venham muitos e muitos livros com sequências — ou não — de Fernanda Freitas, estamos prontas!
Escrito por: Jullia Vieira