#JuliettaEntrevista: Estilo, Autenticidade e Empoderamento: O Jeito Katerine Luiza de Viver a Moda

Katerine Luiza é uma jovem com formação em Moda e Criadora de Conteúdo que conquistou um espaço especial no mundo fashion. Descomplicada e comunicativa, Katerine é uma daquelas pessoas que exalam autenticidade e criatividade por onde passam.

Em uma conversa animada e descontraída, cheia de insights e histórias, a profissional compartilhou suas perspectivas sobre o mundo das roupas, comportamento e empoderamento. Prepare-se para mergulhar nesse universo que é puro estilo e liberdade!

Para iniciar com a pergunta queridinha por nós da Julietta, se Katerine pudesse trabalhar com uma personagem fictícia por uma semana, essa pessoa seria a Emily, de “Emily in Paris”. “Ela é destemida, corajosa, se joga no novo e vive tudo de uma maneira intensa, como eu”, conta a jovem. Além disso, a conexão com moda mesclada com a comunicação é algo que pulsa forte no coração da influencer, assim como na protagonista interpretada por Lily Colins. “Seria uma semana incrível, cheia de aprendizado“, completa.

Um estilo livre, despojado e cheio de histórias

(Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal/Katerine Luiza)

Definir o estilo de Katerine? Missão impossível! “Sou livre para experimentar. Um dia mais urbana, no outro misturando texturas e estampas. A moda pra mim começou como um refúgio da minha adolescência, mas acabou se tornando minha profissão”, destaca a profissional. Hoje, ela transforma a criatividade em um estilo de vida, mostrando que a moda pode (e deve!) ser independente e acessível.

“Moda é sobre pertencer, mesmo que seja à comunidade de quem não quer pertencer a nada”, brinca a criadora de conteúdo. E claro, sustentabilidade também é parte importante de sua abordagem! “Não dá pra trocar o guarda-roupa a cada estação. Brechós são incríveis, porque carregam histórias, e criar novos significados para peças é pura diversão e autenticidade“.

Segundo a stylist, moda é liberdade. Sem existir um certo e errado, a influencer defende a desmistificação da ideia de perfeição e busca compartilhar os conceitos de autenticidade. E é justamente com essa premissa que a jovem também lida com as críticas nas redes.

“Acredito que a moda é sobre como você se expressa no mundo. A graça da moda é não ter regras. Eu já vi muitos posts dizendo que você precisa se vestir de determinada maneira para ser elegante, mas eu acho que a liberdade de testar e se expor ao mundo é o mais interessante […] Um dia estou me sentindo mais cabisbaixa e coloco uma peça mais over, algo imponente, quando quero me impor. Claro que existem detalhes de semiótica que remetem uma coisa à outra, mas a graça maior da moda é poder misturar, testar, sem ter medo de acertar ou de errar”,

Katerine tem sua relação com a moda desde a infância, revelando que a profissão está enraizada em sua história familiar. “Minha avó tinha uma fábrica de costura terceirizada. Depois, minha mãe também teve uma pequena fábrica no quintal de casa. Eu cresci nesse ambiente, ajudando a cortar peças, tirar fios e até mesmo limpar máquinas. Sempre gostei daquilo, mas só fui entender mais tarde que a moda já fazia parte da minha vida“, relembra a influencer.

Conforme os anos foram passando, Katerine começou a estudar e acabou ganhando uma bolsa para uma faculdade de moda. Assim, seu sonho foi cada vez mais desabrochando.

Quando questionada sobre as possibilidades dentro de sua área de profissão, a profissional: “Eu sei costurar, mas meu pai, inclusive, é melhor do que eu nisso! Ele me ensinou muito e até me ajuda quando preciso. Mas costurar não é minha parte favorita. Na moda, há um clichê de que você precisa desenhar e costurar bem, mas nem todo mundo domina todas as áreas. Hoje, a profissão é muito ampla e oferece mais de 50 possibilidades diferentes, então você pode escolher o que mais ama fazer. No meu caso, é a comunicação e o styling.”

(Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal/Katerine Luiza)

Se tivesse que escolher um ícone de estilo, quem seria?

Ao assumir tópico sobre referência de estilo, Katerine tem uma visão ampla. “Acho que a minha referência é muito mais comportamento, comunidade, observar as pessoas. Eu busco referências de vários lados: filmes, séries, estudos de figurino, tudo isso é muito legal […] Adoro folhear revistas antigas, ver itens que eram incríveis antigamente e pensar como posso usá-los agora. Minhas referências vêm muito do passado.”

Mesmo assim, a stylist destaca Vivianne Westwood como uma grande inspiração, principalmente por sua abordagem de desenvolvimento da estética grunge. De outro lado, agora focando nas conquistas brasileiras no mundo da moda internacional, Katerine alerta sua paixão pelas marcas nacionais streetwear. “É um grupo basicamente de marcas brasileiras que estão crescendo muito, principalmente em Paris, e que levam esse movimento de rua, do Brasil, para lá […] Nosso país é tão diverso! Cada região tem suas próprias influências, e isso reflete nas roupas. Isso é muito legal”, expõe a jovem.

Sustentabilidade: além da matéria-prima

“Sustentabilidade é muito mais que matéria-prima, é sobre como estamos ajudando a sociedade”, destaca Katerine. “Eu acho que o Brasil está crescendo nesse sentido, e eu posso usar como referência a Renner. Eles são bem comprometidos com a sustentabilidade, desde como a peça é feita até a mão de obra. A moda é o setor que mais polui no mundo, isso é comprovado por dados, mas iniciativas como essas mostram que podemos fazer diferente“.

A produtora de moda também comenta o projeto da Renner com a confecção de ecobags feitas por mulheres periféricas e presidiárias. “Elas costuram as ecobags, fazendo o que gostam, usando a criatividade. Isso também é empoderamento! Sustentabilidade não é só sobre matéria-prima, que é super importante, é claro, mas também sobre o impacto social”, aponta a profissional.

(Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal/Katerine Luiza)

De acordo com Katerine, a acessibilidade na moda ainda vem engatinhando. Esteriótipos de corpos e imagens antes idolatradas pelos públicos afora, hoje, dão de cara com a inclusão e diversidade. Ao mesmo tempo, há sempre quem vá recorrer a tendências passadas. Tópicos como a volta da valorização da extrema magreza, acentuada principalmente nos anos 2000, retorna nas mídias atuais com força.

“Isso me entristece, porque parece que estamos retrocedendo em algumas questões comportamentais”, desabafa a criadora de conteúdo. “A moda é comportamento, é expressão, mas no final das contas é um produto que estamos vendendo. E os designers dos grandes desfiles muitas vezes optam pelo tradicional – e o tradicional, para eles, é o magro. Isso não significa que seja o correto”, completa.

Empoderamento através da moda

Katerine acredita que a moda é sim uma poderosa ferramenta de empoderamento! “Cada vez mais mulheres estão conquistando o direito de vestir o que querem, sem medo de julgamentos. Empoderar-se é usar o que reflete sua essência, sua história, do seu jeito”, reflete a especialista.

Acompanhando seu raciocínio, a stylist nos propõe uma analogia. “Pense sobre sua vida como uma série da Netflix, onde tudo pode mudar: a temporada, o personagem, o figurino do personagem. Meu conselho é: Sente-se em um lugar de movimento e observe, deixe as histórias te inspirarem“, diz. Com isso, ela relembra ainda sobre o filme da Barbie como um marco recente nas conversas sobre empoderamento feminino: “Foi inspirador! A moda é política, é comportamento, e o simples ato de escolher o que vestir já é uma forma de tomar o controle da sua vida”.

(Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal/Katerine Luiza)

Peças-chave: versatilidade acima de tudo e ousadia sem medo!

Hora do caderninho de anotações, Julies! Quer montar um guarda-roupa despojado e criativo? Se liga nas dicas. Começando por uma camisa versátil, acessórios e um jeans, é claro. “Tenho um jeans que era da minha mãe quando ela era jovem! Peças assim carregam memória e são super duráveis”, diz a estilista. E não subestime os acessórios! Eles são despojados e itens prioritários de versatilidade. “Os acessórios mudam tudo! Um look que pode ir do trabalho ao rolê só com um brinco diferente ou um sapato mais ousado”, sugere Katerine.

Se você quer se jogar na moda despojada, mas tem medo de ousar, apenas relaxa! “Quando alguém olhar para o seu look, talvez não seja julgamento. Ela pode estar admirando ou até querendo ter a sua coragem. Então, teste! A moda é sobre se divertir e experimentar”, aconselha a jovem.

Com essa energia leve e inspiradora, Katerine Luiza nos lembra que a moda é muito mais do que roupas: é expressão, liberdade e, acima de tudo, um convite para ser quem você é! E aí, pronta para encarar o mundo com o seu look favorito, mantendo sua originalidade?

Escrito por: Andrea Cunha.

Revisado por: Letícia Guedes.

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