Você provavelmente já viu as seguintes capas em um feed do Instagram ou numa livraria: “A Princesa de Ônix”, “Riacho do Jerimum” ou “Para onde vão as sombras”. O que esses três títulos tem em comum? Eles pertencem à mesma pessoa: Jadna Alana. Natural de Campina Grande, é formada em Letras pela Universidade Federal da Paraíba. O mais interessante nas histórias de Jadna é, justamente, a valorização do regionalismo brasileiro — por meio de suas histórias, pessoas do país inteiro podem se sentir representadas e vistas, capazes de compreender que podem, sim, entrar em seu próprio conto de fadas sem sair do local — leia-se região — para viver seu próprio final mágico e encantado. Não são todos os escritores que tem a coragem de se arriscar assim, mas Jadna se consagra justamente por não ter medo de escrever aquilo que sente que deve escrever — ao invés daquilo que o mercado exige que ela escreva.
Se Jadna fosse trabalhar com uma personagem famosa por uma semana, seria a Hermione de Harry Potter. “Porque ela é extremamente eficiente, extremamente inteligente. É uma das minhas personagens favoritas. Como escritora de fantasia, fui criada ali no universo de Harry Potter e a Hermione parece muito com a minha melhor amiga. Ela tem essa vibe de sempre estar pronta para tudo, de ter sempre as informações. E pensando pela questão do trabalho, seria incrível”, explicou a autora.
A escrita vem da leitura — e segunda Jadna, um leitor se enche tanto de histórias que uma hora, ele transborda. Então, foi nesse momento de “estar cheia” e “preenchida”, que a clássica menininha que ficava na biblioteca da escola começou a escrever por brincadeira no final do Ensino Médio, sem pretensões nenhuma. Essa “brincadeira”, começou como uma fanfic de “Os Instrumentos Mortais”, da Cassandra Clare.
“Eu acho que é um ponto muito importante da minha escrita. Essa valorização regional-brasileira”, opinou a autora, que também compartilhou os perrengues de sua primeira publicação. Foi pela esposa de seu chefe que Jadna descobriu as possibilidades de publicação no mercado brasileiro. Infelizmente, sua primeira experiência não foi das melhores. Com uma editora que não lhe pagou nada, usou do discurso de ser uma publicação gratuita e em seguida começou a cobrar, a autora precisou esperar quatro anos com a obra presa por conta de um contrato. “Quase não publiquei mais nada depois disso”, contou, compartilhando um pouco de como se sentiu desmotivada após o ocorrido. Felizmente, ela decidiu continuar e hoje nos agracia com suas obras lindas e repletas de encantos. “Começou com um perrengue [a minha jornada], mas hoje eu ajudo outros autores a não caírem nesse mesmo perrengue”, acrescentou.
E se ela pudesse mudar algo no mercado editorial brasileiro, o que seria? “Eu sei que [o mercado] é assim por uma razão, mas eu mudaria o filtro da escolha de autores. [A escolha] deveria ser muito mais sobre a qualidade literária do que sobre número de seguidor sobre a influência das vendas”, contou Jadna, que sempre tenta manter um olhar sensível e único sobre a vida no geral. E se você ficou curiosa para conhecer um pouco mais sobre essa cabecinha brilhante que exalta sua brasilidade, não deixe de acompanhá-la nas redes sociais e acompanhar seus próximos lançamentos.
Escrito por: Ana Clara Reis