No dia 5 de novembro comemora-se o dia do cinema brasileiro, que desde o século XIX acumula uma trajetória diversa e autêntica. Contudo, se tem poucos registros da participação das mulheres que ajudaram a construir essa história, pois toda narrativa do audiovisual é contada apenas por figuras masculinas.
Nos anos 1930-1940, as mulheres começaram a atuar nas direções de cinema no Brasil. Uma figura considerada a primeira mulher a dirigir um filme no Brasil, foi Cléo de Verberena, com “O Mistério do Dominó Preto (1931)”, ainda produzido e estrelado por ela.
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Seguido por outras mulheres como a naturalizada brasileira Carmen Santos, que começou como atriz e depois foi para outras funções de direção, produção e roteiro. Um dos seus grandes feitos foi a fundação da Vox Film em 1933, mais tarde a produtora se tornou Brasil Vita Filme e foi responsável por um grande desenvolvimento do cinema nacional. Gilda de Abreu com “O Ébrio (1946)” até hoje é a única mulher que integra as maiores bilheterias da história do cinema brasileiro.
(Foto: Reprodução/Internet)
Ao avançar para 1984, Adélia Sampaio é considerada a primeira mulher preta a dirigir um longa-metragem no país como o “Amor Maldito”, porém seu primeiro projeto foi o curta-metragem o “Denúncia Vazia (1979)”. O curta foi feito pela pequena produtora que Adélia abriu e uma das suas prioridades era trabalhar com pessoas pretas justamente por toda a dificuldade que passou até conseguir realizar seus feitos. Por muitos anos ela foi ignorada pela historiografia do cinema brasileiros, no entanto foi redescoberta em uma pesquisa de doutorado.
(Foto: Reprodução/Internet)
Com o passar dos anos as mulheres ganharam mais espaço nas produções cinematográficas, mesmo no século XXI ainda é muito pouco comparado a quantidade de produções anuais. Segundo os dados mais recentes da Agência Nacional do Cinema (ANCINE), apenas 20% e 25% das mulheres ocupam cargos de direção e roteiro. Em 2022, de 143 longas-metragens brasileiros no circuito comercial, apenas 31 filmes foram dirigidos exclusivamente por mulheres.
Escrito por: Ana Vitória Pantoja.
Revisão por: Milly Ricardo.