Recomendação de leitura: A Vida Mentirosa dos Adultos de Elena Ferrante

No mês passado, o mundo inteiro descobriu Elena Ferrante através da lista divulgada pelo New York Times na qual seu livro “A amiga genial”, foi declarado o melhor livro do século. Acontece que Elena Ferrante é um pseudônimo e até hoje a escritora permanece no anonimato. O que se sabe sobre ela e o que acredito ser o mais importante sobre sua persona, é a forma como suas histórias mostram os laços de amizade e família entre as mulheres idealizadas por ela. No Livros, Bolinhos & Chás de hoje, venho apresentar uma delas e te convidar a descobrir o mundo que a envolve.

Foto: (Reprodução/Pinterest)

Em “A Vida Mentirosa dos Adultos” somos guiados pelas descobertas de Giovanna. Um passeio na vida de sua família, a que conhece, a que nunca conheceu e a que descobre estar por trás da primeira. Os mistérios das linhas que a unem com sua tia Vitória começam a ser delineados quando aos doze anos de idade, Giovanna escuta uma discussão entre os pais que julgavam não estarem sendo ouvidos. O seu pai, que até aquele momento a ela apenas dirigia elogios, a compara com a irmã, Vitória, que tanto despreza. A tia, para Giovanna, sempre foi sinônimo de feiura e maldade, de acordo com as palavras do próprio pai. Ao ser comparada com tal criatura, a menina começa a nutrir uma curiosidade a seu respeito.

A curiosidade dela para com a tia e sobre suas semelhanças, traçam a evolução da história. Em um mundo envolto numa névoa de segredos e mentiras, Giovanna começa a conhecer a verdade sobre seu pai, sua mãe, os amigos da família e a tia. Vitória é a faísca que ilumina todas as traições e mentiras que outrora a garota julgou não existirem.

Foto: (Reprodução/Pinterest)

Giovanna embarca numa jornada que a princípio acredita ser sobre a tia e o pai, mas ao longo dos capítulos, descobre ser mais sobre si mesma do que sobre qualquer outra pessoa. De repente o mundo perfeito em que vivia sua família em Nápoles, no topo da Via San Giacomo dei Capri, desmorona. Ela descobre que para enxergar com precisão, tem que descer a colina e se aproximar da verdadeira natureza das coisas. Literalmente.

Foto: (Reprodução/Pinterest)

Elena Ferrante consegue capturar o leitor logo na primeira página ao narrar o estado de espírito da menina ao contar a própria história: “(…) dentro destas linhas que querem me dar uma história, enquanto, na verdade, não sou nada, nada de meu, nada que tenha de fato começado ou se concretizado (…)”. A escrita de bom gosto e as relações que se desenrolam na trama, são tão tangentes, que parecem reais, algo que poderia facilmente ocorrer com o leitor ou um amigo. O tipo de história, que de tão bem feita, se confunde com a realidade.

Escrito por: Milena Rayana.

Revisado por: Milly Ricardo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *