“Quando a ficção encontra com a realidade” (versão grupos musicais e bandas fictícias)

Não é de hoje que as trilhas sonoras são consideradas mecanismos extremamente importantes no processo de construção de uma obra audiovisual como um todo. Um bom recurso sonoro, atrelado à uma narrativa envolvente e criativa, pode criar inúmeras sensações em um telespectador – ainda mais quando ela é construída propriamente para aquela obra. Mas e quando a música é o elemento principal para contar a história dos personagens? É ainda melhor!

É comum sermos surpreendidos por filmes, séries ou novelas da qual os protagonistas são membros de uma banda ou cantores famosos. Muitas vezes, a conexão criada com o público é tão grande que é como se nós desejássemos, nem que fosse por um momento, presenciar um show daqueles “artistas”. Nos últimos anos, impulsionado em maior escala pelas redes sociais, foi possível ver e reviver fenômenos desse tipo.

(Foto: Reprodução/Globo)

Em 2023, por exemplo, tivemos adaptação do livro “Daisy Jones and the Six”, da autora Taylor Jenkins Reid. O enredo é voltado para a vida dos integrantes de uma banda fictícia de rock americana dos anos 70. A premissa, que já era cultuada pelos fãs do livro, recebeu uma releitura digna, que incluiu um álbum com canções originais nas plataformas de streaming. Intitulado como “Aurora”, o disco liderou paradas no ITunes – se tornando a primeira banda fictícia da história a atingir o marco. Além disso, os atores também foram sujeitados a aprender a tocar os instrumentos musicais necessários e, antes das gravações, chegaram a fazer um minishow para uma plateia com o objetivo de se entregarem integralmente aos personagens.

(Foto: Reprodução/terra.com/spotify.com/MontagemCanva)

Quem também construiu um trabalho semelhante foi o renomado diretor Kenny Ortega, responsável por grandes obras infantojuvenis como “High School Musical” e “Descendentes”. Em 2019, Kenny recebeu um novo desafio: achar o elenco perfeito para um remake da série brasileira “Julie e os Fantasmas” (em inglês: “Julie and the Phantoms”). Para as Juliettas nostálgicas que lembram dessa série na Band o Nickelodeon, “Julie e os Fantasmas” conta a história de uma menina que possui uma grande paixão pela música, mas acaba se retraindo por suas inseguranças e timidez. No entanto, ao encontrar um CD velho no porão de sua casa, a jovem acaba “libertando” uma banda de rock de fantasmas e embarca numa grande aventura. Com algumas mudanças singelas e positivas, a nova versão – “Julie and the Phantoms” – também atingiu charts com sua trilha sonora original, além de permanecer na lista de “mais assistidos” na plataforma da Netflix por inúmeras semanas. Os atores também passaram por semanas de preparação para se tornar uma banda convincente. Abordando temáticas como amizade, luto, família e sonhos, a obre se tornou a denominada “série conforto” de muita pessoas em 2020, ano de seu lançamento.

Já que citamos o Brasil, impossível não falar dos grupos originados das nossas novelas preferidas. Entre críticas e elogios, uma coisa é certa: a dramaturgia brasileira dita, reinventa e celebra tendências! Com isso, como não lembrar da obra que abalou os fins das tardes de 2012, principalmente com seu enredo criativo e envolvente. Obviamente que estou falando da novela “Cheias de Charme” e o sucesso das “Empreguetes”. Na ficção, a girl group é composta por três moças que trabalhavam como empregadas para sustentar suas vidas e famílias. Entretanto, entre intrigas, desenrolos e, é claro, muita música, elas acabam transformando suas realidades e se tornando verdadeiras popstars.

(Foto: Reprodução/Techtudo.com)

Ressalta-se que mesmo as atrizes principais (Thaís Araújo, Isabelle Drummond e Leandra Leal) nunca tenham feito um show de fato para fora das telinhas, as “Empreguetes” foram um sucesso na Internet, tendo os seus clipes compartilhados por artistas reais e dominando em views. Atualmente, a novela está sendo reprisada na TV Globo pela segunda vez na programação do “Vale a Pena Ver De Novo”, trazendo todo o glamour (e breguices que amamos) para as nossas tardes.

“Yo digo R, tu dices BD. RBD, RBD!”. Seria até injusto deixá-los de fora, não é mesmo? Visto por muitos como um fenômeno atemporal e intergeracional, o grupo mexicano “RBD” é um grande marco na cultura latino-americana. A novela “Rebelde”, estreou em 2004, mas só chegou no Brasil em 2005 pela emissora SBT. A trama, que acompanha a vida de seis adolescentes que formam uma banda no colégio onde estudam, alcançou números inimagináveis de audiência.

Paralelamente a ficção, não demorou muito para que os protagonistas Anahí, Dulce Maria, Maite Perroni, Alfonso Herrera, Christopher von Uckermann e Christian Chávez se tornassem um grupo na vida real. Foram seis álbuns de estúdio, turnês por inúmeros países, prêmios em eventos, dicsos de platina – podemos dizer que nos anos 2000, a juventude vivia a “febre do RBD”.

E não para por aí! Após um hiato de mais de 10 anos, os integrantes retornaram aos palcos no ano de 2023 para shows repletos de nostalgia e diversão. No Brasil, os espetáculos aconteceram nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro e causaram uma grande emoção e euforia.

(Foto: reprodução/Estadão/UOL/MontagemCanva)

Comovido pelo sucesso e reconhecimento, o Brasil também teve sua própria versão de Rebelde. Com narrativas semelhantes, vinculadas aos desafios e mudanças da transição da adolescência para a juventude, a telenovela brasileira foi produzida pela emissora Record e causou um burburinho entre os anos de 2011 e 2012. Assim como o “RBD”, o “RBR” também seguiu com shows na vida real. Com batidas dançantes e letras chicletes, Sophia Abrahão, Chay Suede, Lua Blanco, Mel Fronckowiak, Micael Borges e Arthur Aguiar eternizaram seus personagens no remake da novela e marcaram a pré-adolescência de muitos jovens espalhados por aí! (Incluindo a Julietta que está escrevendo no momento).

Por fim, encerramos o Ipop de hoje com uma boyband especial – que com certeza fez muitas meninas cultivarem suas primeiras “paixonites” aos 12/13 anos. Pode entrar, “Big Time Rush”! Composta por Kendall Schmidt, Logan Henderson, Carlos PenaVega e James Maslow, o grupo foi fruto de uma série criada pelo canal Nickelodeon de mesmo nome. A história tem com base a amizade de quatro meninos anônimos de uma pequena cidade que recebem uma oportunidade única de serem transformados em cantores em ascensão. Com a repercussão positiva da obra, os atores rapidamente passaram do portal da ficção para a realidade.

(Foto: reprodução/OTempo)

Com hits presentes em paradas da Billboard e concertos repletos de fãs, “Big Time Rush” foi considerado um verdadeiro fenômeno teen. Em 2014, após o fim da série e turnê, os meninos anunciaram uma pausa indeterminada e seguiram caminhos distintos por mais de 10 anos. No entanto, para a alegria dos fãs, Kendall, Logan, Carlos e James voltaram mais animados e inspirados do que nunca em 2022! Agora donos de suas próprias composições e com um público mais maduro, que cresceu junto com eles ao longo dos anos, a boyband já lançou uma lista de singles novos e um álbum completo.

Mesclados com os enredos ficcionais com as possibilidades únicas da vida real, estes foram apenas alguns exemplos de obras que ganharam um espacinho inusitado em nossos corações e permaneceram por muito tempo em nossas playlists!

Escrito por: Letícia Guedes

Revisão por: Milly Ricardo

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