Produções audiovisuais que são inspiradas em livros

Se você caiu aqui de paraquedas talvez não saiba que o nome “Julietta” veio  de dois lugares diferentes: 1. da Julieta de Shakespeare;  2. do filme “Cartas para Julieta”. Este, por sua vez, foi inspirado pelo livro “Cartas para Julieta: Uma Homenagem a Maior Protagonista de Shakespeare, à Mágica Cidade de Verona e ao Poder do Amor”. Por mais que a história de Sophie e Claire seja ficcional, criada especialmente para o longa, o livro das irmãs Friedman foi o responsável por inspirar a história que inspirou a Julietta. Com apenas 176 páginas, está disponível para compra na Amazon. O filme pode ser assistido pela Netflix. 

Holly Black ficou conhecida pelo  seu sucesso literário “O Príncipe Cruel”, mas o  que poucos sabem é que ela é a autora de “As Crônicas de Spiderwick”, que originou o filme de mesmo nome, estrelado por Freddie Highmore (“Bates Motel”, “The Good Doctor”). Quem diria que a criadora de Cardan Greenbriar teria sido a responsável pela história que marcou a infância de tantas pessoas?

Cartas para Julieta. (Foto: Reprodução/ Prime Video)

Já “Coraline”, do Neil Gaiman, não é uma novidade! Mas, o que provavelmente você não sabia, é que ele também escreveu “Stardust: O Mistério da Estrela”, no qual a produção cinematográfica conta com Claire Danes, Charlie Cox, Henry Cavill, Ben Barnes e Robert De Niro! 

O Segredo do Vale da Lua”, escrito por Elizabeth Goudge, também ganhou uma adaptação com o mesmo nome. Mas aconteceu  algo interessante: na dublagem brasileira, ao invés da protagonista se chamar Mary, e o sobrenome da família permanecer Merryweather, ambos foram trocados, respectivamente, por “Bella” e “Bontempo”. Ah, a dublagem brasileira e suas pérolas!

Dezesseis Luas” é considerado um filme ruim e de baixa audiência. Podendo ser chamado de “cringe”, é inspirado em um livro, “Beautiful Creatures: Dezesseis Luas”. Apesar de ser uma série literária, apenas um filme foi produzido — e que bom que parou por aí!

Podemos mencionar alguns famosos, como “As Crônicas de Nárnia”, inspirados nos livros do autor cristão C. S. Lewis, “A Hospedeira”, de Stephenie Meyer (“Crepúsculo”), “Eu sou o número quatro”, de Pittacus Lore, “O Morro dos Ventos Uivantes”, de Emily Brontë — este clássico ganhou mais de uma adaptação — e até mesmo “Frankenstein”, de Mary Shelley — prestes a ganhar uma adaptação de Guillermo Del Toro — e “Drácula”, de Bram Stoker.

Querido John”, “A última música”, “Diário de uma paixão”, e “Um amor para recordar” são apenas algumas  das obras do aclamado Nicholas Sparks que também tivemos a opção de assistir. E claro que,para fechar, não poderíamos deixar de falar dela: Agatha Christie! Com destaque para “Assassinato no Expresso do Oriente” e “A Noite das Bruxas”, Agatha ficou conhecida pela sua escrita maravilhosa, envolvente e repleta de mistérios. 

Um Amor para Recordar. (Foto: Reprodução/ Prime Video)

Mas qual a importância dessas adaptações para a sociedade?

Por mais que tenhamos que concordar que em 95% das vezes o livro será melhor do que o filme — e muito disso se deve ao fato de detalhes, muitas vezes, não passados na representação televisiva —, é importante compreender o Cinema como além da arte: um manifesto de expressão, correto; contudo, uma ferramenta de impacto social!

O Jornal da USP, em julho de 2023, compartilhou uma matéria na qual dizia que existem 10 milhões de analfabetos no Brasil. Se contarmos a quantidade de analfabetos no mundo inteiro, e estudarmos as suas realidades, perceberemos que muitos têm acesso a outros meios de comunicação que vão além da escrita. Principalmente, eles têm a oralidade ao seu favor, mesmo que sintam dificuldades em compreender termos rebuscados ou  coloquiais.

O cinema trabalha com o visual e, quase sempre, com a oralidade. Não é possível romantizar o  analfabetismo, mas deve-se compreender que para muitos, a realidade não permite que voltem atrás para estudar e aprender. Muitas pessoas sabem, apenas, assinar o próprio nome, e por mais que isso  seja o  mínimo, deve ser considerado uma vitória. Como mencionado anteriormente, ainda assim, não é cabível e tampouco aceitável a romantização deste cenário, mas, isso não significa que o indivíduo analfabeto será incapaz de compreender e manifestar outras expressões artísticas.

Além de contar uma história escrita de maneira visual e audível, as adaptações cinematográficas permitem que outras acessibilidades sejam acessadas: para aqueles que são deficientes auditivos, as legendas, os textos e as imagens são importantes; para os deficientes visuais, a descrição de um texto, seja por audiobooks audiolivros, recém investidos — ou pelos sons emitidos — vozes, músicas etc, permitem uma experiência agradável e inclusiva.

Escrito por: Ana Clara Reis.

Revisado por: Milly Ricardo.

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