Quando eu era criança, amava assistir o desenho da Moranguinho e da Fifi e Os Floriguinhos. Por muito tempo, eu sinto que busquei em lugares referências que me levassem de volta à essa estética da infância. Como um jardim florido, cheio de vida, magia e até mesmo, um toque sarcástico de folclore — alguém mais lembrou de Sítio do Pica-Pau Amarelo? E todas as vezes em que eu entro no perfil da Mariana Lucioli, tenho essa mesma sensação.
Mari — como também é conhecida — parece uma fada, com muita personalidade e empoderamento, que acabou caindo no mundo humano e se encantou por ele, decidindo ficar por aqui. Ela certamente seria a líder do jardim mágico, a pessoa que colocaria ordem nas coisas e que ou você amaria, ou você se irritaria, mas descobriria em seguida que ela só está fazendo o melhor que pode para manter o caos mágico em equilíbrio, tudo em seu devido lugar.
Recentemente, muitas coisas mudaram na vida da nossa fada mágica, e a Julietta te conta duas delas. A primeira é que agora ela é contratada da Editora Izyncor, a casinha dos livros com edições bonitas, capas duras e brindes fantásticos. A segunda, é que ela está para lançar um novo livro, e nós te contamos em primeira mão tudo o que sabemos sobre ele até então.
“Tem dias que às vezes realmente não existe conciliação, mas sinto que estou terminando o meu processo de adaptação neste novembro (amém). Semestre que vem, de toda forma, pretendo pegar um pouquinho mais leve na carga horária, tanto nos estudos quanto no trabalho editorial (escrita e marketing), porque o maior baque que senti na mudança foi no aspecto da criatividade e energia. Respeitar mais as horas de descanso e dormir enquanto eles dormem (ninguém é de ferro, todo mundo precisa de uma boa sonequinha)”, compartilhou a autora quando questionada sobre como está fazendo para lidar com o turbilhão de tarefas em que sua vida está inserida. Acrescentou ainda que sua rede de apoio tem sido primordial para o sucesso da sua nova fase.
(Vídeo: Reprodução/Instagram/@marianalucioli)
Mari aproveitou para ressaltar sobre os seus colegas de mercado, que compreendem o peso de suas responsabilidades quando colocadas na balança. E falando sobre mercado, ela abriu o coração sobre a sua contratação com a Izyncor. “Assinei o contrato com a Izyncor primeiro como autora para depois ser contratada para o time de marketing. Sinceramente, é um sonho tornado realidade. Trabalho com o que amo, com pessoas que admiro demais em uma empresa que acredito e que é a casa dos meus futuros livros: não podia ser mais especial. Mas, trabalho é trabalho e vem com suas demandas, por isso a organização e a responsabilidade tem sempre que vir primeiro. No momento tenho planejado minha semana em blocos de horas para cada parte da minha carreira (acadêmica, editorial e literária) e tento focar só naquele tópico durante as horas dedicadas a ele. Levei a sério o ditado ‘cada um no seu quadrado’ e tem me ajudado demais pra não confundir as coisas e fazer tudo que eu preciso sem me desorientar”, explicou Mariana. Aproveitaram para anotar essas dicas, Juli Girls?! Sempre bom encontrar pessoas que entendam as mentes elétricas de uma workaholic de plantão, não?
E vamos falar dos livros de Mari? Ela é autora de “Quando as Estrelas Caem”, publicado pela Editora Planeta, e de outras obras independentes, como “Entre Naipes”, “Olhos de Lua” e “O Primeiro Natal da Morte”. Para essa nova Mari, mais madura, com novas responsabilidades e desafios em dobro, podemos esperar a exploração do regionalismo fantástico — um destaque para a Mari mineira — e que se derrama na beleza dos contos; inclusive, alguns já na gaveta esperando para conhecer os seus leitores.
(Vídeo: Reprodução/Instagram/@marianalucioli)
Sua nova obra, que saberemos mais detalhes em breve trará, em suas próprias palavras, o lado sombrio da obsessão doentia abraçando a literatura em suas nuances mais obscuras. “Perfeccionismo exagerado e a busca incessante pelo sucesso e genialidade, e como somos todos fadados ao fracasso se apenas aceitamos o impossível. E um projeto gráfico divino em edição de luxo, mas isso é ainda é uma cena de próximos episódios”, completou. Para os curiosos de plantão, o processo de escrita pode ser acompanhado por intermédio de seu perfil no Instagram @marianalucioli. A previsão é que no primeiro semestre de 2025 já possamos contemplar uma data de lançamento!
A Julietta questionou Mariana sobre qual conselho ela daria para escritores que possam estar aflitos em relação aos “nãos” e respostas negativas em suas carreiras até agora. “A carreira é um processo, uma jornada, e vai ter seus altos e baixos — infelizmente na nossa profissão, teremos baixos bem baixos e outros mais baixos ainda [risos]. Um não hoje não significa que você nunca terá um sim, principalmente se você tiver uma postura profissional dentro do mercado, seja na relação com outros autores e profissionais do livro, com seus leitores ou até com o que você posta no seu Twitter. A escrita e o mercado editorial podem ser um sonho e cheio de recantos fantásticos, mas ainda são áreas sérias que pedem um posicionamento sério de seus profissionais”, respondeu com sinceridade.
Ainda sobre sua nova criação, se Mari pudesse trabalhar com uma personagem de seu livro por uma semana, ela escolheria Helena — a gata. Porque, segundo a autora, é a única que não tem produtividade tóxica. “Destrói sofás e meias, mas sabe ouvir nossos desabafos muito bem, então compensa. Além disso, ela faz ótimos pãezinhos”, brincou. Eu não sei vocês, mas sinto que essa história vai trazer muitas lições valiosas para nós, viciadas e viciados em trabalho e em sermos produtivos. No entanto, ela amaria ter um encontro com Cordélia, sua nova protagonista, para tomar um chá da tarde em sua Minas Gerais fictícia, repleta de elementos góticos. “Ela ainda tem muito a me ensinar e sinto saudade só de ficar uns dias sem escrever sua história”, afirmou.
(Vídeo: Reprodução/Instagram/@marianalucioli)
Para finalizar, perguntamos sobre o que está a deixando mais animada para esse lançamento, e a resposta não desapontou: “o amadurecimento da minha escrita, com certeza. Sinto que uma das maiores viradas de chave para essa nova fase da minha carreira foi meu próprio crescimento dentro da vocação. Acredito que meus leitores vão sentir a diferença entre a Mari de ‘Olhos de Lua’ para a Mari do gótico brasileiro, mas ainda com meu jeitinho melancólico e carinhoso de fazer as pessoas chorarem”. Nós também estamos animados para isso, Mari, nós também.
Escrito por: Ana Clara Reis.