Ser uma jovem leitora nos anos 2010 significava estar por dentro de todas as distopias do momento. Para contextualizar, a distopia é um gênero literário ficcional que retrata um mundo, futuro ou não. Geralmente, interligados a temáticas que envolviam sistemas autoritários e circunstâncias de vida precárias. O gênero viveu seu auge na década passada, e tem entre seus principais títulos “Jogos Vorazes” e “Divergente”. E aí, bora relembrar um pouco cada uma dessas obras?
O primeiro livro de “Jogos Vorazes”, de Suzanne Collins, foi lançado em 2008. Representava uma realidade com um sistema social dividido em distritos, em sua maioria muito precários, em contraste com a Capital, lugar onde viviam os ricos aristocratas. O enredo principal narra a trajetória de Katniss Everdeen, a protagonista. Além disso, explicam o funcionamento dos Jogos Vorazes, no qual crianças e jovens dos distritos são sorteados para batalharem até a morte como entretenimento para a Capital. Na trilogia, Katniss luta nos Jogos e posteriormente participa da grande revolta do povo contra o sistema cruel.

A trama se saiu tão bem que ganhou uma adaptação cinematográfica estrelada por Jennifer Lawrence e Josh Hutcherson em 2012. A produção foi um enorme sucesso e deixou o público com gostinho de quero mais. Logo se percebeu que “Jogos Vorazes” foi apenas o início dessa era de sucesso das distopias com o público adolescente.
Partimos para “Maze Runner” — mais um grande nome que marcou a década. Com 6 livros, essa série retrata um futuro apocalíptico em que o jovem Thomas acorda sem memórias em uma comunidade isolada e tenta escapar para descobrir o que aconteceu. A saga também ganhou uma adaptação para as telas, com protagonismo de Dylan O`brien, que, vale lembrar, estava no auge de sua carreira participando de “Teen Wolf”. A obra foi bem recebida pelo público, mas não ficou isenta de críticas, que se tornaram mais frequentes a cada novo filme. Devido a esse fato, mesmo com 6 livros, a saga ganhou apenas 3 filmes.

Agora vamos para o sofrimento de muitos fãs, a trilogia “A Seleção”! Apesar do forte tom romântico, a saga também pode ser considerada uma distopia. Até porque, trata-se de um mundo onde há um sistema de castas, no qual a única forma de mobilidade social é, para os homens, entrar para a guarda real, e para as mulheres, o casamento. Apesar do apelo dos amantes das obras, os livros ainda não receberam uma adaptação cinematográfica. Em 2020 a Netflix comprou os direitos e anunciou que estaria responsável pelo desenvolvimento dos tão pedidos filmes. No entanto, após 3 anos de desenvolvimento, a autora Kiera Cass comunicou que a empresa desistiu do projeto.
Por fim temos a grande protagonista do “ame ou odeie um filme”. Bom, pode-se dizer que “Divergente” foi a saga que fechou a forte onda distópica dos anos de 2010. A história contada em 4 livros, mostra a protagonista Beatrice no futuro de Chicago, onde jovens precisam ser submetidos a um teste de aptidão e escolher entre diferentes “facções” que dividem a cidade. Assim como “Maze Runner”, “Divergente” foi um grande sucesso literário com uma adaptação que não teve o fim esperado.

Os filmes que tem no elenco Shailene Woodley e Theo James receberam severas críticas, principalmente por não se manterem fiéis à história narrada nos livros. Apesar dos primeiros filmes terem alcançado grandes números, o terceiro, “Convergente” foi uma quebra de expectativas e um fracasso de bilheteria. Além disso, a saga nunca teve um final, já que a produtora desistiu de fazer o último filme.
Ah, calma! Não podemos esquecer dele, é claro! Em 2023, houve o breve resgate das distopias com a adaptação de “A Cantiga dos Pássaros e Serpentes”, que conta a história da juventude do Presidente Snow, figura emblemática de “Jogos Vorazes”. Certamente o filme foi um sucesso, assim como todos os outros da saga, apesar do lançamento recente.

Será possível que esse sucesso indique uma futura volta do gênero para as telas de cinema? Ainda não se pode afirmar. Mas com certeza jovens exercendo um papel de liderança contra o sistema autoritário foram a grande febre da década de 2010. E muitos fãs adorariam um comeback do gênero.
Escrito por: Giovana Castro