#JuliettaEntrevista: um bate-papo encantador com Carmell Louize sobre arte, carreira no mundo da ilustração e sonhos

Atenção, para Juli Girls que, assim como nós colaboradoras, adoraram o especial de autoras, a entrevista de hoje também é para vocês! Até porque, o que seriam dos nossos livros favoritos sem as capas lindíssimas que são desenvolvidas como parcelas daquela dimensão criada por meio de palavras. Na coluna de hoje, apresentamos o trabalho de milhões da ilustradora Carmell Louize Montano – spoiler, se você é curiosa que nem a Julietta que vos fala aqui, não deixe de dar um pulinho no insta e apreciar as peças dessa talentosíssima artista.

E bom, apresentando mais um pouco sobre sua trajetória, Carmell tem 30 anos e vem almejando uma porta de entrada no mercado editorial há alguns anos, especialmente como capista. Seu pontapé inicial foi após a Youtuber Midori – conhecida por criar conteúdos voltados para a cultura coreana – respostou uma arte sua nas redes. A partir daí, seus desenhos foram começando a ganhar mais reconhecimento e os caminhos foram se abrindo. 

(Foto: Reprodução/@carmelllouize)

“No início, eu trabalhava apenas com identidade visual de clientes, mas eu não via o meu trabalho representado por aquilo em completo […] eu sempre gostei muito de ler, desde pequena. Na época eu fazia algumas ilustrações que eu gostava e postava nas redes. Foi uma coisa bem automática, não tão rápida obviamente, demorou um pouquinho mais para eu fazer meu segundo/terceiro livro, mas o pessoal começou a me conhecer mais um pouco”, explica a artista. As ilustrações de Carmell são feitas em aquarela tradicional. Após a pintura, elas também passam por processos de tratamento de imagens digitalizadas.

Sua riqueza de detalhes e delicadeza chamou atenção de várias das editoras. Na Galera Record, Carmell pôde ilustrar as versões brasileiras de livros estrangeiros de sucesso, como “Até o verão terminar”, da Colleen Hoover e “O caderninho de desafios de Dash and Lily”, que até ganhou uma adaptação audiovisual na Netflix. Agora voltando para suas raízes, a profissional também participou da ilustração do box especial de “Perdida”, da autora Catarina Rissi e foi a responsável pela lindíssima capa de “Amor às causas perdidas”, de Paola Aleksandra, a qual também tivemos a honra de entrevistar anteriormente na Julietta.

(Foto: Reprodução/@carmelllouize)

E por falar em particularidades, Carmell compartilha que simplesmente ADORA colocar pequenos easter eggs nas capas dos livros e que seus projetos mais especiais foram aqueles que conseguiu ter uma maior autonomia no processo criativo, especialmente por compreender que de fato os responsáveis pelas editoras acreditavam em seu potencial como capista.

Para além de livros, a artista conta que gosta bastante de fazer artes para marcadores, postais para brindes e chaveiros, pois é possível incrementar spoilers ou até mesmo outros detalhes que não conseguiram ser encaixados na capa, mas que fazem total sentido para a história no geral.

Sobre o projeto de “Amor às causas perdidas”, a ilustradora conta: “Eu conhecia um pouco o trabalho da Paola, e eu sempre quis trabalhar com a Harlequins. Eu já tinha enviado o meu portfólio para eles, mas não tinha recebido nenhuma resposta. Até que um dia uma das editoras entrou em contato comigo, mas entrou nas mensagens arquivadas. Quando eu vi que já tinha passado um dia, eu falei ‘O QUE, NÃO ACREDITO’ e logo respondi falando ‘eu tenho outro e-mail, pode mandar’ bem no tipo, não esquece de mim [risos] nós chegamos em alguns esboços antes de atingir o resultado. Tinha muitos detalhes na capa, detalhes da personagem que ela [Paola] queria que tivesse presente. Então, nós tivemos várias ideias e reuniões […] eu de fato tenho muito amor por esse projeto, porque eu pude mostrar toda a minha dedicação”.

(Foto: Reprodução/@carmelllouize)

Quando questionada sobre o processo de criação das capas em si, Carmell pontua que cada projeto é iniciado por meio de um briefing enviado pela editora, seja mostrando elementos que precisam estar na presentes na ilustração, ou pelo menos o que aquela arte precisa transparecer.

“Eu sempre monto dois esboços. Um com aquilo que eles expressaram no briefing, o que eles imaginam para a capa. E o segundo com aquilo do que eu entendi do briefing sem necessariamente ser aquilo que está escrito […] tem vezes que preferem essa união, tem vezes que eles seguem pelo o que eu imaginei, e outras que preferem seguir por aquela visão que o autor já tinha anteriormente. A gente sempre encontra um caminho para ser encontrado o melhor resultado. Existem os testes de paleta das cores também, os testes digitais em aquarela e aí sim o projeto é feito tradicionalmente em aquarela”, explica a profissional.

A estética romântica muito pessoal de Carmell transborda em seus projetos em uma naturalidade inigualável. “Eu sempre fui muito romântica e sonhadora. Sempre sonhei com o príncipe encantado, no cavalo branco [risos]”. No entanto, a artista já se aventurou em capas de livros de fantasia e enredos mais “darks”, como os da editora Euphoria. E ao perguntarmos uma realização para sua carreira como ilustradora, Carmell é direta ao responder um de seus maiores sonhos é de fato fazer uma exposição de seus trabalhos, especialmente na Europa. [Por aqui, já estamos na torcida para isso acontecer um dia!]

E que tal algumas curiosidades dessa ilustradora incrível? Vamos lá! Se Carmell pudesse recriar a capa de qualquer livro, seria “O Castelo Animado”, do Estudio Ghibri, ou alguma HQ de “Sandman”. Os cantores Ed Sheeran e The Weeknd seriam os artistas escolhidos caso a ilustradora fosse chamada para criar a arte para seus álbuns de música. E por último, se a profissional pudesse trabalhar com uma personalidade feminina por uma semana, seria simplesmente a Emma Stone! [Fala sério, só resposta boa!]

(Foto: Reprodução/@carmelllouize)

Uma fã declarada de museus e sebos, Carmell é movida o tempo todo pela arte, seja para o seu momento de trabalho, ou até mesmo como um belo passatempo. “A arte para mim é o meu sustento, é o que eu amo fazer. A arte eu faço quando eu to feliz, triste, ansiosa. Em tudo o que a gente vê tem arte naquilo. Eu não sei viver sem arte”. E que este tudo de Carmell Louize consiga conquistar espaços ainda mais grandiosos e especiais!

Escrito por: Letícia Guedes

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