“Elizabeth Bennet é uma personagem muito interessante, e acho que ela me apoiaria nas minhas decisões. Por ela ser uma personagem tão bem humorada, ela deixaria o ambiente mais leve”, respondeu Paloma Bernardino Braga ao ser questionada sobre que personagem ela gostaria de ter como colega de trabalho por uma semana. Paloma começou a escrever como uma forma de escape, “tem coisas que só a ficção pode oferecer para a gente”, afirmou a autora, que admite que, o que mais a motiva, são os leitores. “Na hora em que o leitor lê, o texto se torna real”, defendeu. Sua primeira publicação ocorreu por meio de um blog, que foi um dos principais instrumentos para que ela vencesse a vergonha da própria escrita. Hoje, ela é professora e doutoranda em linguística. Paloma também faz parte da Agência Magh e se encontra envolvida no projeto Duas Laudas.

Em meio aos mais de sete mil seguidores no Instagram, Paloma acumula algumas passagens incríveis pela imprensa. A autora trouxe em seu último lançamento, “Noiva Entre Túmulos”, um quê de regionalismo, fantasia e cultura local, inspirada pelo folclore de Belo Horizonte (o famoso “BH”). Mineira, ela defende que autoras devem, cada vez mais, escrever sobre mulheres brasileiras; sobre o que é ser mulher. Para mais, ela aproveitou para compartilhar que cada uma de suas personagens têm algum fragmento de quem ela é ou já foi, até mesmo de sua visão sobre o que significa ser mulher. “Acho que estou espalhada por todas as personagens, de alguma forma”, admitiu.
E se Paloma pudesse mudar algo no mercado editorial brasileiro? “Eu gostaria de tirar o preconceito da cabeça dos leitores. Porque muitos leitores têm preconceitos com livros nacionais. […] E aí, o que é mais vendido? Livros internacionais. E o que as editoras publicam mais? Livros importados. […] Eu gostaria que houvesse um movimento de ‘vamos valorizar a literatura nacional’. […] Mas nada adianta se o livro não vender. E quem compra? Os leitores. Mas enquanto houver esse preconceito com livros nacionais, a literatura nacional vai continuar enfraquecida”, defendeu Paloma.

A autora relembrou, também, a cultura dos blogs pessoais, e confessou que sente falta de ter um espacinho diferente do X, antigo Twitter, para escrever suas opiniões pessoais e atividades semelhantes. Quem mais sente falta dessa cultura também? Por aqui, a Julietta gosta de manter ativa esse tipo de tradição.
Mas e quanto a sua carreira? Atualmente, a autora, que admite escrever para o público, alegou estar seguindo seu coração quanto às coisas que está escrevendo no momento. A Julietta acredita que essa abordagem aproxima o leitor, de certa forma, de um olhar mais sensível por parte dos artistas.
“O período [da faculdade] de Letras foi o período em que eu e meus amigos menos lemos, porque nos tornamos muito críticos”, confessou Paloma, que acrescentou ter trabalhado nessa questão um tempo depois para voltar a ler com prazer e tranquilidade. Paloma, tenha certeza que as jornalistas por aqui te entendem perfeitamente! Finalizando esta entrevista, ressaltamos que os fãs de regionalismo e cultura nacional devem, sem sombra de dúvidas, dar uma chance para as obras de artes de Paloma Bernardino Braga.
Escrito por: Ana Clara Reis e Jullia Vieira.
Muito obrigada pelo convite, foi um prazer participar! A entrevista ficou incrível!
Obrigada pelo carinho e oportunidade!