#JuliettaEntrevista: o fantástico mundo de Bettina Winkler

O gênero da fantasia é praticamente o suprassumo do escapismo e da imaginação; é ter poder de criar universos inexplicáveis, que de certa forma conecta com aqueles que apreciam. Para a autora baiana Bettina Winkler, a fantasia é presente na sua vida desde criança, assim como a escrita. Segundo a própria, sua mãe sempre conta que, aos 4 anos, a jovem surgiu com a ideia de escrever um livro.

“Eu era uma criança muito artística. Eu ficava apresentando peças, então sempre tive ligação com o teatro também. Em 2012 uma amiga me convidou para escrever um livro de fantasia com ela que eu fiquei fascinada pela história. Foi a primeira vez que eu cheguei a levar a escrita como algo sério. Então, sempre tive um pé ali na magia. A fantasia para mim é raiz mesmo”, conta a jovem.

(Foto: Reprodução/@bettwinkler)

E se mostrando como uma profissional mais do que completa, Bettina também vive a realidade de universitária, sendo formada em Gestão de Turismo e concluindo sua graduação em Cinema atualmente. Para além disso, a autora também possui uma pós em tradução e trabalha na parte editorial. Sobre estas configurações acadêmicas de sua vida, a escritora conta que mesmo sendo cursos considerados até distantes um dos outros, tudo de alguma forma volta para a sua paixão principal: a escrita.

Bettina já lançou livros de forma independente e atualmente faz parte de duas editoras: a Quallis e a HarleQuinn, esta tendo participado de uma colaboração com seis autoras que acompanha o enredo de uma geração familiar inteira atrelada a narrativas extraordinárias. A Julietta não deixou de perguntar como foi essa experiência de co-escrever uma obra e Bettina não poderia ter tido uma resposta mais empolgante possível.

“Foi uma experiência que eu e as meninas consideramos como muito mágica. As nossas histórias se conectaram de uma forma, assim, inacreditável. Tinham coisas que a gente nem tinha discutido uma com a outra antes de escrever, e quando vimos ela já estava conectada com a história naturalmente. Quando a gente viu que a Harper Colins estava interessada, nós ficamos de queixo caído. Tivemos uma sessão de autógrafos na Bienal do Livro também e foi uma experiência surreal. Uma loucura seis autoras autografando o mesmo livro [risos], mas foi mágico, de verdade”, descreve a escritora. O livro em questão tem como título “Às Margens do Tempo“.

(Foto: Reprodução/Amazon.com)

Quando o assunto são inspirações no mundo literário atual, a profissional faz questão de mencionar nomes emblemáticos como Cassandra Clare, dona da saga, ou, como a própria Bettina descreve, “esquema de pirâmides maravilhoso” [risos] dos caçadores de sombras, e reconhecer trabalhos nacionais de Laís Nápoli e Bianca Jung. Aliás, a jovem destacou a importância do especial da Julietta de verdadeiramente procurar difundir o conhecimento da literatura nacional, principalmente apresentar novas autoras para o público.

Muito impulsionada em compartilhar suas perspectivas com o mundo, Bettina é daquelas autoras que te surpreende a cada narrativa. Ela é capaz de transformar uma ambientação que pode ser conhecida para muitos em um universo de possibilidades e inovação. Como por exemplo, sua obra intitulada “Estrada dos Refúgios”, que se passa numa pacata cidade do interior da Bahia que acompanha a trajetória de três irmãs adotivas: Karma, Ira e, principalmente, Bárbara.

No enredo, a jovem, após presenciar um episódio muito traumático na infância, cresce rodeada de tomadas de decisões perigosas e carregadas de mistério. Entre assassinatos em família, fugas inesperadas, busca por justiça e, é claro, muita tensão, a história com certeza é uma daquelas que faz você virar a noite acordada ansiosa para saber o que acontecerá com o desenrolar dos fatos. Se você, cara leitora, se interessou pela premissa, leia “Estrada dos Refúgios” ao som de “Bahia Blues”, da cantora Pitty — essa é uma recomendação da própria Bettina!

(Foto: Reprodução/Amazon.com)

Mas, agora, se fosse definir uma de suas personagens como a mais parecida consigo mesma, Bettina falaria que é a Maddie de sua série “Transmorfo”. “Todo mundo fala que ela se parece comigo. Primeiramente, ela se transforma em gato e eu amo gato. Mas também pela personalidade destemida, de correr atrás dos objetivos dela. Acho que a gente bota um pouquinho da gente em cada personagem que a gente cria, mesmo que sem querer. Então, esse traço dela defender o que acredita tem muito em comum”, explica a escritora.

Bettina relata que seu maior sonho como autora é ter um livro traduzido, uma vez que juntaria duas de suas realidades próximas e alcançaria cada vez mais pessoas. Bom, que a Julietta possa ver ainda mais Bettina Winkler brilhando com suas histórias fantásticas pelo mundo afora!

Escrito por: Letícia Guedes

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