JuliettaEntrevista: Natália Peraro, responsável pelos romances de dar suspiro

Com uma voz bem calma e delicada que carrega convicção, Natália se resume em três palavras: romântica, metódica (na escrita) e fanfiqueira. Por sempre estar imersa em livros, Natália pontua que é difícil escolher apenas uma personagem que gostaria de trabalhar por uma semana. Considerando a leitura atual na época da entrevista, Natália admite que gostaria de ser “Assistente do Vilão”. 

Acerca de seu processo de querer escrever, a autora conta que foi uma criança peculiar, porque escrevia histórias para os desenhos que pintava. Desse modo, Natália levava a escrita de forma leve. Na adolescência, a autora foi inserida no universo das fanfics e passou a escrever algumas também. A graduada em Direito — que cogitou cursar Jornalismo — compartilha que só parou de escrever fanfics quando precisou focar os estudos para a OAB.

Porém, a escrita voltou com tudo quando a autora começou a sonhar com uma história a alguns anos atrás. Natália compartilhou a trama com uma amiga que também amava o universo de fanfics e ela afirmou que a história seria um ótimo romance de época. Ela conta que, no arquivo final, cortou a cena que foi inspiração para a obra. “Quando comecei a escrever o livro, já sabia o final que queria, mas não sabia nada do que aconteceria no meio”, pontua.  Apesar de já ter escrito fanfics, Natália conta que a escrita de um livro é muito diferente. Em fanfic, geralmente um capítulo é escrito por vez e o público já opina diretamente. Já no livro, a escrita acontece por completo e há essa névoa de dúvida do que o público está achando.

Como uma boa amante de romances de época, Natália conta que no cenário internacional a sua grande inspiração é a Tessa Dare. “Gosto muito dos livros porque tudo é apresentado na medida certa”, relata. Para a sua obra que ainda não foi publicada, a autora compartilha que o livro “Lágrimas de Amor e Café” de Babi A Sette foi uma grande inspiração. “Quando escrevemos romance de época, algumas pessoas falam que ficamos engessados. Entretanto, para mim é um gênero bom para mostrar como era ser mulher a 100 anos atrás e refletir o que posso fazer hoje”, declara a autora ao ser questionada se escreve para si ou para o público. A autora também comenta que não tem o costume de escrever sobre assuntos que se tornaram tendências ou sucesso de vendas (hype). 

(Foto: Reprodução/ Natália Peraro)

Com muito humor, Natália confessa que migrar do universo das fanfics para publicação com editora  “foi coisa de maluco”. Quando finalizou a história, a autora não pretendia publicar, mas compartilhou o arquivo com as suas amigas — que também eram leitoras betas. A autora conta que escolheu publicar com uma editora porque ela tinha receio de não conseguir lidar com as demandas extras de uma publicação independente. 40 dias após o envio, a editora Leque Rosa aprovou o manuscrito. “O que era apenas um sonho adolescente que não imaginava que poderia se tornar realidade me fez perceber que na realidade tinha alguém interessado na minha história além de mim”, concluiu.

Para quem sofre de ressaca literária, Natália conta que seus livros são a solução. “É aquele livro perfeito para um domingo de tarde no qual você coloca a perninha em cima do sofá e curte a leitura”, defende. Por preferir um ambiente tranquilo, Natália compartilha que não consegue escrever ouvindo música e se sente irritada se tiver algum barulho ao fundo. Entretanto, em seu processo criativo, a autora escuta a sua playlist chamada “One Direction Para Fanfics”. Desse modo, comentamos sobre o sucesso das fanfics inspiradas na banda que têm se tornado adaptações cinematográficas. Esse é o caso de “Uma Ideia de Você”, estrelado por Anne Hathaway e Nicholas Galitzine. “Essas histórias são fichinhas para tudo que eu e minhas amigas escrevíamos a 7 anos atrás”, brinca. 

Por seus pais não terem tanto costume de ler, a avó de Natália é a pessoa mais próxima da autora que sempre leu história para ela. “A minha maior incentivadora para escrever o livro foi a minha avó. Ela sempre leu de tudo, tudo mesmo. Desde romances espíritas encontrados em bancas de jornal até Stephen KIng.”, relata. Desse modo, a autora está animada para continuar recebendo apoio de sua família e fazer parte da criação de um novo hábito de leitura em sua rotina. Acerca do mercado editorial, Natália conta que gostaria que as pessoas não tivessem preconceito com a literatura nacional. “Se eu colocar na ponta do lápis quantos livros de autores internacionais que já li e não foram bons e nem por isso a gente para de consumir”, pontua a autora sobre o hábito de alguns leitores englobarem experiências ruins com determinados livros nacionais.

Natália se resumiu em apenas 3 palavras mas eu gostaria de incluir outra: sonhadora. Por ainda ser uma autora iniciante, ela compartilha que várias coisinhas pequeninas acabam se tornando um sonho. Atualmente, ela deseja participar de uma Bienal do livro.  “É muito gostoso receber mensagens deles. Meu perfil anteriormente era para falar sobre outros livros que eu estava lendo e ao escrever o meu livro não quis manter dois canais (de comunicação) diferentes porque é um pouco de quem eu sou.”, compartilha Natália sobre o seu relacionamento com leitores. 

(Foto: Reprodução/Internet)

A respeito de seu próximo lançamento, Natália conta que já tem um livro no “forninho”. De acordo com a autora, seu livro “Amor Para a Vida Toda” termina com um triângulo amoroso. Na nova história, haverá um lapso temporal e a trama consiste na vida da neta de um dos mocinhos chamada Cecília. Ainda sobre o triângulo amoroso, Natália conta que os leitores são #TimeVicente. “Você vai acompanhando o amadurecimento da história e vários outros eventos que fogem do controle da protagonista e dos mocinhos. É muito aquela coisa ‘o vilão da minha vida foi o tempo’”. 

É uma porta para conhecer autoras novas que não apareceriam no meu feed organicamente.”, pontua a autora sobre a ação do mês de maio de visibilizar autoras nacionais. 

Escrito por: Maria Eduarda Rocha

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