#JuliettaEntrevista: mergulhe a fundo no universo da romantasia com Samira Zorkot

Gaúcha, jornalista e escritora. Há muitas formas de definir Samira Zorkot, mas ela prefere se resumir em duas palavras: Sonhadora e determinada. Em seu primeiro livro “As Treze Irmãs”, Samira escolheu criar uma sinopse que é um resumo dos primeiros capítulos. Para quem gosta de reviravoltas surpreendentes e personagens não tão corretos eticamente, a história é uma ótima pedida.

“Por falar muito de família, mostro essa lado no qual a sociedade passa muito ‘pano’ para comportamentos em que a sua defesa é ‘fiz pelo valor da família’. Agatha tem muito da minha parte, já que cresci em um ambiente em que a minha família sempre foi muito unida. Então, sempre tive muito apego com meus irmãos mais novos e meus primos”, comenta a autora sobre a criação da respectiva história. Dessa forma, a autora quis transmitir isso na narrativa. “Ela é muito mística, valoriza o seu dever aqui na terra e faz as coisas espontaneamente”, declara Samira sobre Olívia, personagem do mesmo livro, que a mesma alega ser parecida na vida real.

Muito amante de fantasia, a autora conta que escreveu “Brumas de Sangue” para sua versão adolescente que gostava de vampiros como “Crepúsculo”. Dessa forma, seu processo criativo levou 5 anos! Com uma trama divertida que gira em torno de segundas chances, Samira embarcou no gênero romantasia (mistura de romance com fantasia). 

A respeito de sua série de 3 poemas chamada “Poemas Solares”, Samira compartilha que todos têm um pouco de fantasia e em cada uma delas é abordado os tipos de amor que o ser humano pode ter na vida: infantil, sexual e adulto. Em seu primeiro livro, ela aborda o amor e o modo de se livrar dele; já em “Sombra de Vênus”, foca nos limites do amor além de alguns devaneios diários; para “Meio de Tarde”, a autora finaliza mostrando a grande tristeza perante a perda da vida e como as coisas continuam acontecendo. 

Para a publicação de seus trabalhos, Samira escolheu trilhar o caminho independente por conta do relato de Eduardo Spohr durante a publicação de “A Batalha do Apocalipse”. Quando adolescente, a profissional teve contato com a matéria que afirmava que nenhuma editora tradicional tinha aceito a obra do autor e ele decidiu publicar independente. Durante a faculdade, a autora conta que fez alguns trabalhos e projetos para compreender melhor essa área. “O jornalismo me ensinou que eu podia escrever sobre qualquer coisa”, pontua.

Na Feevale, faculdade na qual Samira estudou, há mestrado em Indústria Criativa e ela teve a oportunidade de entrar em contato com alguns professores que entendiam desse mercado. Assim, a jornalista começou a estudar sobre a publicação na Amazon, contratou uma revisora, fez diagramação e divulgação do livro. Com muita gratidão, a autora conta que todo o processo de publicação independente só aconteceu para ela porque tinha uma rede de apoio muito forte.“Ninguém sabia que eu estava escrevendo um livro. Só anunciei no Instagram, divulguei uma meta e meus amigos me ajudaram a chegar até ela”, compartilha.

(Foto: Reprodução/Amazon)

Acerca das mudanças necessárias no mercado editorial, Samira relata que alteraria inúmeros fatores. Sendo esses: falta de apoio para autores independentes e incentivo do próprio mercado e escassez de divulgação de cursos qualificantes da área (economia e escrita criativa) além da dupla jornada vivida por autores. “Temos muito potencial e capacidade, falta apenas o incentivo de quem tem o mercado centralizado para fazer o livro chegar nas massas”, pontua. “Na minha época da faculdade, sinto que me faltou isso — projetos como o da Julietta. Não era muito forte o mercado digital literário naquela época. Mas é muito gratificante ver as novas gerações de jornalistas muito focadas com os seus objetivos”, afirma a autora sobre a iniciativa da Julietta de ser uma resposta às falhas do mercado editorial brasileiro.  

“Para mim, o erro do autor é escrever para o público. Tu tem que escrever uma história que tu quer ler”, pontua a autora sobre o fato de escrever para si. Para ela, a naturalidade, interesse e a construção de uma narrativa própria são o segredo para uma boa escrita. A autora também aborda a questão de lidar com os comentários e sua relação em minar a visão criativa de uma história. “É necessário encontrar o defeito humano na narrativa. O personagem vai evoluindo conforme a gente vai amadurecendo como pessoa”, relata.

(Foto: Reprodução/samirazorkot)

Por ter publicado 8 obras em apenas 5 anos, a autora deixa algumas dicas para quem está iniciando na jornada de escrita. Sendo essas: escreva para si; não coloque pressão em fazer muitas publicações; lide com a crítica da forma mais leve possível e permita espaço para tentativa e erro além de colocar todo o seu sentimento no livro. 

Por se considerar uma escritora arquiteta, Samira deseja lançar a continuação de “Brumas de Sangue” e depois uma história que foque na temática Apocalipse 2012. Quem ama o universo de “As Treze Irmãs”, pode ficar tranquilo! Porque elas também irão voltar, mas será necessário esperar um tempinho. Foi uma honra conhecer um pouquinho mais sobre Samira Zorkot. Pode ter certeza que a redatora que vos fala está muito ansiosa para ler todas as obras. 

Escrito por: Maria Eduarda Rocha

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