Giu Nascimento é uma escritora, roteirista e produtora, conhecida por suas histórias que aquecem o coração e oferecem representatividade. Autora dos livros “Polaris (ou ela não é daqui)” e “Dramáticos”, Giu compartilhou um pouco da sua trajetória e inspirações com a gente. Vamos mergulhar nesse papo e sair ainda mais apaixonada pelo universo das autoras juntinho com a Juju!
“Minhas histórias têm protagonistas com visões de mundo muito distintas e cheias de personalidade! Por exemplo, Sofia, de ‘Polaris’, transforma o mundo ao redor dela em pequenas fantasias, flertando com o realismo mágico. E claro, minhas histórias dão um quentinho no coração e são rápidas de ler, perfeitas para tirar a galera da ressaca literária. Elas trazem representatividade com finais felizes, algo que muitas pessoas sáficas não tiveram na infância e adolescência”, explica a autora. Logo de início, as histórias da Giu já nos cativam só de ouvirmos um pouco sobre. Afinal, quem não ama um livro que nos tire da ressaca literária, nos lembrando como é bom ler?
Além da representatividade dentro de suas histórias, ela também nos mostrou um pouco da representatividade daquelas que são autoras independentes, contando sobre o processo de publicação, que parece ter sido uma verdadeira aventura: “Foram dois anos desenvolvendo ‘Polaris’ como roteiro no Centro Cultural Marieta. Depois, decidi transformar em livro, o que levou mais um ano. Enviei o manuscrito para várias editoras até fechar com a Flyve, que cuidou de toda a revisão e diagramação. Aí veio a parte do marketing e o lançamento, também no Centro Cultural Marieta. Foi uma jornada e tanto”.
Ao perguntada sobre mudanças no mercado editorial brasileiro, ela foi certeira em sua resposta: “Facilitaria o acesso de novos escritores às grandes editoras. Hoje em dia, se você não é mega conhecido, é praticamente impossível publicar em casas editoriais tradicionais”, relata Giu. E se tivesse a chance de escolher uma personagem feminina para trabalhar, seria Emily Dickinson, da série “Dickinson”. “Ela é incrivelmente criativa, transformando cenários com a mente de maneira vívida. Além disso, ela é sáfica e tem um dom absurdo com as palavras. Seria incrível passar uma semana nesse universo criativo dela”, conta a autora.
No bate papo sobre a escrita, quisemos saber o que a fez começar a escrever e mergulhar nesse universo cheio de arte com tanta ousadia, Giu relembrou: “escrevo desde sempre! Meu primeiro ‘livro’ foi uma fanfic de ‘Feiticeiros de Waverly Place’, escrita no sétimo ano. Sempre amei a área artística, montava peças para os meus pais e fazia aulas de teatro desde os 8 anos. Quando fui para o cinema e me especializei em roteiro de série, percebi que queria contar histórias imediatamente, sem esperar anos para ver um roteiro virar realidade. A literatura foi a resposta”.
Já ouviram a famosa frase “tudo que você escreve, tem um pouco de você?” Pensando nisso, questionamos Giu em qual que ela criou, ela mais enxerga identificação, Giu respondeu sem hesitar que foi Sofia. “Com certeza a Sofia, de ‘Polaris’. Apesar de eu não ter o problema que ela tem em deixar os outros se aproximarem dela, eu também muitas vezes sinto que estou falando demais e muito rápido. Sou distraída, assim como ela, e ela também tem ansiedade, que nem eu”. Quem aí também se vê um pouco na Sofia? É uma personagem repleta de representatividade!
Sobre o projeto da Julietta de apresentar escritoras brasileiras ao público, Giu se mostrou esperançosa. “Espero que mais pessoas possam ter contato com obras de autoras nacionais. Ainda temos poucas autoras de sucesso e menos ainda brasileiras. O meio ainda é muito masculino, e o público brasileiro ainda consome muito mais obras estrangeiras, achando que a literatura nacional não é de qualidade, o que não é verdade”.
Falando sobre suas influências literárias, Giu destacou dois livros que a fizeram amar a leitura: “The 39 Clues” e “A Droga da Obediência”, de Pedro Bandeira. Hoje, sua escritora predileta é Giuliana Domingues, autora da Duologia Boreal e de “Canção dos Ossos”. Já anota aí as indicações literárias! Quando questionada sobre qual livro todos deveriam ler, Giu disse que sua obsessão atual é “O Priorado da Laranjeira”, de Samantha Shannon. “É uma alta fantasia de mil páginas, mas vale cada uma delas. Além disso, queria que o público brasileiro enxergasse quanta coisa boa temos aqui de autores novos”, relata a profissional.
E se ela pudesse escolher uma de suas obras para se tornar uma produção audiovisual, Giu já saberia qual e ainda nos compartilha uma curiosidade: “Polaris (ou ela não é daqui)” foi inicialmente escrito como roteiro audiovisual! E já temos a atriz Giulia Nassa escalada para o papel de Polaris, ok? Além da disso, para o papel de Sofia, a autora escolheria sua própria amiga, Sol Alessandri.
As ideias para escrever, segundo Giu, surgem nos momentos mais inesperados. “Minhas ideias surgem quando estou quase dormindo, no banho ou andando por aí. Às vezes, vendo algo que acho que tem potencial, mas não gosto do jeito que é feito. Começo a pensar em como faria a obra de maneira diferente e, de repente, tenho uma nova ideia”, explica. Amamos as histórias de como as melhores ideias surgem nos momentos menos esperados! O máximo ter uma ideia de um livro andando por aí, não é? Escrevendo para si mesma e para o público, Giu refletiu: “Escrevo para o meu eu mais novo, que não se sentia representado nas histórias que lia. Tento fazer com que as pessoas possam se ver nos personagens”.
E seu lado musical? Como uma boa artista, Giu compartilhou sua playlist para uma de suas histórias conosco. Já abre seu Spotify e pesquisa aí: Plutão Já Foi Planeta, Lá, West Side Story, Mamma Mia, Selena Gomez, Hayley Kiyoko e Reneé Rapp. Para finalizar, Giu se descreveu em três palavras como autora: “Versátil, queer e criativa” !
Nossa conversa com Giu Nascimento revelou uma escritora apaixonada e dedicada, que não só escreve histórias cativantes, mas também se preocupa profundamente com representatividade e qualidade na literatura. Sua jornada é inspiradora e suas obras, imperdíveis. Se você ainda não conhece “Polaris (ou ela não é daqui)” ou “Dramáticos”, está na hora de mergulhar no universo encantador de Giu Nascimento! A equipe Julietta deseja todo sucesso do mundo!
Escrito por: Isabella Lugon
