#JuliettaEntrevista: Fátima Aparecida e sua inspiração para romantasias que encantam um público cada vez maior

Ser uma autora nacional é fazer exatamente isso: encontrar uma forma de brilhar num ambiente dominado por escuridão, na qual você precisa se guiar por um caminho por vezes mal iluminado. “Brilhando no Escuro” também é o nome da romantasia de Fátima Aparecida da Silva, publicado pela Editora Pendragon. E se ela pudesse trabalhar com uma personagem feminina por um dia, seria com a Mabelle, a protagonista feminina desta história — uma mulher determinada, criativa e, apesar de ter uma personagem que causa um choque com sua personalidade, ela sabe se comunicar com o próximo.

A inserção de Fátima no mundo da escrita começou na infância, por volta dos 7 anos, quando ganhou um concurso de poesia na escola. Foi aí que o gás cresceu e, durante toda uma vida, ela esteve no meio do escreve e engaveta, escreve e engaveta de novo. “É uma parte enorme da vida. Meio que uma extensão”, declarou a autora. Aos 16, um professor sugeriu que ela tentasse seguir uma carreira como autora profissional, e foi onde Fátima se deparou com o Wattpad. “Foi ali que eu peguei o gosto de verdade. Mas o que me faz permanecer [na escrita] é cem por cento os leitores. Toda essa interação. Eu gosto muito disso. Esse contato entre eu e a pessoa”, acrescentou. Apesar de reconhecer que o mercado literário nacional não dá muito retorno financeiro, ela acredita que esse cenário já começou a mudar.

(Foto: Reprodução/@fa_apsilva)

A autora compartilhou que uma das coisas que aprendeu a lidar com o passar do tempo foi a comunicação com seus leitores. “Eles dizem que não conseguem se comunicar com alguns autores [mais retraídos]”, comentou Fátima. Hoje em dia, as pessoas dizem que uma de suas marcas é a presença nas redes sociais, interagindo e respondendo. Isso faz com que a troca entre leitor, obra e autor se torne mais potente; além, claro, da identificação pessoal.

Nora Roberts é a principal referência para Fátima, que alegou ter enjoado de livros jovens bem cedo. “Não era para eu estar lendo Nora Roberts [nessa idade], […] e ela tem mais de duzentos livros. É um exemplo para mim. A história dela”, pontuou. Mas, se pudesse indicar um livro para todos lerem, com certeza seria “Orgulho e Preconceito”, da Jane Austen, que foi uma virada de chave para ela. E que tal falarmos um pouco sobre faculdade? O TCC da autora foi sobre “A Bela e a Fera”, a história da França e a história da mulher e do matrimônio — de alguém que pensa com essa genialidade, você esperava algo diferente do que livros bem escritos e bem construídos? Porque nossas expectativas estão lá em cima. A tese trouxe a ideia de que a Bela foi a primeira princesa dos contos de fadas originais a ter escolha.

Ela escolhia se ia ficar com a Fera ou não. Ela escolhia se ia ficar no lugar de um familiar ou não, por conta da dívida e tudo mais. E tem um contexto histórico para isso”, explicou Fátima. Mas foi por conta da história de Jane Austen que ela confessou ter criado o gosto por estudar e buscar a história das mulheres na sociedade. “E foi aí que eu percebi que há milhares de anos as mulheres conquistam coisas e perdem. Conquistam e perdem. Em um ciclo sem fim, que se perde. E se não fosse ‘Orgulho e Preconceito’, eu não teria visto isso”, completou.

(Foto: Reprodução/@fa_apsilva)

No final da entrevista, Fátima aproveitou para dizer que a publicação por intermédio de uma editora foi um alívio, uma espécie de peso tirado dos ombros; afinal, ela não precisava passar por todo o processo sozinha. E se você gostou de conhecer um pouco mais sobre essa autora, talvez esteja na hora de dar uma chance para sua escrita também. A Julietta tem certeza de que você irá se apaixonar!

Escrito por: Ana Clara Reis

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