Atriz, apresentadora, carioca e atleta, conheça a trajetória artística, projetos e trabalhos de Ester Dias. E, claro, bastidores e curiosidades do filme “Tudo Por Um Pop Star 2”
Nascida e criada em Irajá, zona norte do Rio de Janeiro, e atualmente moradora do Vidigal, Ester nos conta como começou sua paixão pelas artes cênicas. “Eu comecei a fazer dança e teatro no segundo grau. Eu queria ser jornalista, então procurei uma escola que tivesse um curso técnico mais próximo de comunicação. Quando cheguei em uma nova escola tinha um núcleo de artes, desisti do curso técnico, entrei para a companhia de dança e para a oficina de teatro. Dali para frente nunca mais parei”, explica.
Durante sua trajetória artística, ela fala sobre suas principais lições aprendidas. “As coisas acontecem no tempo delas. Claro que temos que ter perseverança, mas as coisas acontecem quando estamos prontos. É entender os caminhos e os mercados. Hoje, com mais de 15 anos de carreira, tenho uma maturidade e um olhar sobre o mercado muito diferente”, afirma.
Sobre as dificuldades enfrentadas, Ester fala: “A questão racial precisa ser muito conversada, o público ainda está se acostumando a ver pessoas diversas. A gente tem que começar a ter um olhar mais acolhedor quando vemos uma produção diversa e entender que isso é reflexo da nossa sociedade”.
Para completar, a atriz diz que os desafios também se encontram no entender das novas mídias e novos jeitos de criar as produções.
Para Ester, a arte significa humanidade, sensibilidade e vulnerabilidade. “ A gente vive em um momento onde as pessoas tendem a ter muita facilidade para mostrar os seus pontos fortes, mas tem muita dificuldade de mostrar o seu lado humano. Acho que a arte está aí para a gente não esquecer que ser humano é ser vulnerável, é ser sensível e passar por todas as emoções. É na arte que a gente se reconhece como ser humano. Para mim, arte é vida”, revela.
Como toda entrevista, a Julietta quis saber qual personagem Ester trabalharia por uma semana. Ela escolheu Arabella (Michaela Coel) de “I May Destroy You”. “A Michaela Coel é uma roteirista, autora, uma atriz e uma mulher genial. Ela consegue trazer um assunto da vida dela de uma maneira poética e trazer ao público com um jeito sensível e forte. Me interessa personagens elásticos, que têm volumes e muitas contradições”, afirma.
Ester nos contou acerca de experiências vividas em lugares de ensino, como a Escola Nacional de Circo e a Companhia de Teatro Nós do Morro e define a vivência como muito rica. “A experiência de troca e aprendizagem e do ensaio em si no teatro é muito rica. A gente cria muita intimidade entre nós mesmo, temos o processo de aprofundar muito a experiência humana”, explica.
No elenco de “Bom dia, Verônica” e “Sob pressão”, Ester fala como é a preparação para personagens de cargas dramáticas pesadas. “Eu sou uma atriz muito intuitiva. O primeiro caminho é estudar muito o roteiro, entender o que a personagem quer, suas relações e sentimentos. E entender as palavras chaves, por exemplo, a Glória de “Bom dia, Verônica” tinha a palavra chave que era assertividade. Era uma mulher que sabia o que queria e onde estava indo”, disse.
“Eu acho até que ela é muito diferente de mim nesse sentido. Eu sou uma pessoa muito mais de sentir e perceber as coisas de momento e a Glória tinha uma linearidade que eu, Ester, não tenho. Isso para mim é uma das coisas mais divertidas, que é encontrar nos personagens coisas que não tem em você”, acrescenta.
Sobre personagens que deseja fazer, Ester é bem específica ao dizer que gostaria de interpretar uma lutadora. “Eu sou uma pessoa que gosta do movimento, sempre fiz esporte, tenho vontade de fazer uma personagem com esse lado”, ressalta. A atriz fala também que deseja interpretar uma vilã.
Como mãe de Muda (Bella Campos) na novela Pantanal, a atriz fala como foi participar do remake de grande sucesso. “Eu assistia pantanal quando criança com a minha vó. A novela tem uma maneira de fazer que lembra um pouco o cinema. Foi uma cena que a gente gravou com uma câmera só, normalmente gravamos com três, então teve esse lado artesanal de se fazer cinema que é uma linguagem que eu amo. Foi muito especial”, afirma.
Ester acrescenta que durante as gravações tinha toda a preocupação e cuidado de gravar com uma criança. “Por mais que tivesse toda uma preparação, na prática era eu, Ester, que estava com uma criança no colo enquanto a gente fazia uma cena que tinha arma e morte. Tinha a personagem, mas também tinha a Ester querendo proteger a Valentina, a atriz mirim”, revela.
Ester conta que a primeira coisa que fez ao chegar no set de gravação foi conhecer e criar intimidade com a atriz para conseguir transmitir o papel de “mãe e filha” na cena. “Foi desafiador, é um trabalho que guardo no coração”, afirma.
Para além do mundo cinematográfico, Ester fala sobre a sua outra paixão: o esporte, mais especificamente, o atletismo. “Eu comecei no atletismo aos 10 anos. Minha irmã tinha uma amiga que fazia. Era um projeto social da Universidade Gama Filho. No início foi um processo pesado e cansativo, era treino de segunda a sexta, 4/5 horas por dia”, explica. A corredora conta que foi um momento de muito aprendizado e disciplina e que leva para a vida toda. “O esporte tem muitas coisas boas, não só a nível de saúde física, mas mental também”, disse. Durante a entrevista, Ester não esconde seu amor pelo esporte e fala que também é apaixonada pela dança.
Em “Tudo Por Um Pop Star 2”, a atriz revela como foi interpretar a personagem Paloma. “Foi muito divertido, tinha uma galera muito jovem, cheia de energia. O set era uma delícia. A Gabriella Saraivah é uma atriz super talentosa, a gente teve uma troca muito bonita em cena”, conta.
“A personagem tem uma coisa que lembra a minha mãe: É uma mãe muito coruja que se acha super para frente, mas que, na verdade, é uma mãe super preocupada com a filha”, ressalta. “Foi uma experiência muito interessante ser mãe de uma menina de 20 anos”, acrescenta.
O universo do filme retrata muito essa cultura de fãs e ídolos. A Julietta quis saber se Ester cometeria alguma loucura por um ídolo. “Eu não sou uma pessoa de cometer loucuras nesse sentido. Sou muito pé no chão, tendo a não glamourizar as coisas”, revela.
Na exclusiva, Ester deixou um conselho para as meninas que querem começar na carreira artística: “Entender que, apesar de difícil, é um caminho possível. É uma profissão que você vai precisar estudar para o resto da vida. Ler muito em voz alta, trabalhar a dicção e o corpo, ele (o corpo) é nosso instrumento de trabalho. E, acima de tudo, ter muito amor pelo que faz”, aconselha.
Para encerrar, Ester deixou um recado para as nossas leitoras convidando todo mundo para assistir o filme: “Leitoras da Julietta, “Tudo Por Um Pop Star 2” está nas salas de cinema. É um filme que fala sobre amizade, parceria e amor. É um filme muito gostoso de assistir, é para a família inteira”, ressalta.

Ester Dias na pré-estreia do filme Tudo por um Pop Star 2. (Foto: Reprodução/Instagram)
Ao longo da entrevista, a atriz nos mostrou a forma genuína e intensa de se expressar e a sensibilidade com as palavras. Comunicativa, sensível e verdadeira, essa é Ester Dias.
Assim, Ester mostra a arte como uma loucura que não vive sem. Para ela, muito mais que contar uma história, o papel do artista é trazer pautas importantes para a sociedade para serem discutidas, é viver várias vidas. Com seu trabalho, a atriz quer alcançar o público e fazê-lo se sentir representado. Provando que a arte é um reflexo da nossa sociedade e deve inspirar pessoas, Ester conduz sua paixão com muita excelência!
Escrito por: Maria Eduarda Ribeiro.
Revisado por: Milly Ricardo.