#JuliettaEntrevista: as incríveis histórias de Helô Delgado

Às vezes, tudo o que precisamos é de um bom clichê romântico, dramático e bem humorado. Daqueles que te fazem ficar emocionado, sabe? E é por gostar dessas narrativas, que Helô Delgado gostaria de trabalhar com uma de suas próprias personagens “Eu acho que eu trabalharia com a Catarina. Eu trabalho em casa e ela acabou de conseguir um projeto muito bacana com uma empresa Internacional que ela vai se destacar na área, né? Então eu acho que seria uma experiência interessante. E a Catarina, ela trabalhava numa empresa multinacional no Brasil e pelos problemas que ela teve durante a vida dela, ela acabou indo para os Estados Unidos e ela começou a trabalhar com o reality shows, então eu acho que é uma coisa que também seria bem interessante de se estar perto”, explicou a autora de “Total Imprevisto”.

Formada em Psicologia, Helô compartilhou que o que a levou a começar a escrever foi o amor pela literatura. Por vezes, ela lia algo e pensava “mas se eu tivesse escrito essa história, o que eu teria feito de diferente?”, além da influência dos pais, que sempre a incentivaram a ler — segundo ela, sua mãe ainda possui o hábito da leitura até hoje. 

(Foto: Reprodução/Amazon.com)

Sobre o projeto da Julietta, Helô afirmou que, ao receber o convite, soube que deveria aceitar. Fazia tempo desde que não falava para a mídia externa sobre sua carreira e livros, e ela achou uma boa maneira de voltar. “E eu acho que quando eu recebi a proposta, eu falei, não, vai ser essa, eu vou, porque eu acho que é muito importante. A gente valoriza muito a literatura, principalmente quem está no meio literário, né? Os leitores que têm essa rotina de leitura, que gostam mesmo de ler, todo mundo valoriza muito. Só que a gente tem a tendência de valorizar muito o que é externo, muito, o que é de fora do Brasil. Então, quando você pergunta para qualquer pessoa ‘Ah, seu autor favorito, seu livro preferido’, a primeira citação sempre vai ser um gringo, então eu acho que é exato. Eu acho muito importante vocês resgatarem isso, vocês darem esse enfoque, né? O projeto é ‘um dia, uma autora’, durante o mês de maio. Eu achei muito interessante por causa disso, tanto para apresentar quanto para lembrar o pessoal que ‘olha só, aqui a gente tem bastante autor bacana trabalhando, não é?’. E que tem livros tão interessantes e tão bons quanto os que a gente compra lá de fora”, opinou a escritora.

A Julietta questionou Helô sobre o porquê as pessoas deveriam ler os seus livros. “Para ter uma experiência diferente da vida que elas estão levando, eu não escrevi livros que se passam em ambientes muito longe da nossa realidade. Então, eu não escrevo sobre o CEO multimilionário, que é uma pessoa que eu não conheço; eu escrevo sobre coisas reais. Meus livros são interessantes para você conseguir se identificar com a personagem. Conseguir se colocar no lugar dela e trazer para a sua vida real alguma coisa que ela está vivendo ali ou que você já viveu e você conseguir fazer alguma ressignificação ou alguma coisa que você vai poder levar para a sua vida. Acho que essa parte mais interessante dos meus livros”, defendeu. 

Helô trabalhava como tradutora de livros quando publicou seu primeiro livro. Com um texto de no máximo cinco linhas, foi incentivada por uma colega a começar a escrever ali mesmo. Infelizmente, ela pagou sua primeira publicação. Felizmente, na época da segunda, ela ganhou um concurso e o cenário mudou; desta vez, a editora quem pagou. Desde então, ela parou para publicar seus próprios livros.

(Foto: Reprodução/Helô Delgado/@helodelgado)

Ainda no papo sobre editoras, a autora contou o que ela mudaria no mercado literário nacional se fosse possível: “Eu mudaria essa predileção pelos autores internacionais por parte das editoras. Tinha que ter um investimento maior em autor nacional. O mesmo tipo de investimento que as editoras têm com os livros que são importados. Elas tinham que ter com o autor nacional, e isso falta muito, falha muito. Seria essencial para o crescimento dos nossos autores aqui mesmo, né? Do Brasil não ser tão importador de autor, mas também um exportador. A gente exporta, mas é uma minoria certa de fora. Então, é o que eu mudaria assim, em primeiro lugar”.

Por fim, sobre o que deseja para sua carreira como autora “Eu espero continuar no caminho que eu estou agora, eu estou dentro de uma editora, a Qualis Editora. Eu gosto muito de lá, então eu pretendo continuar lá e só crescer, né? Quero ter mais, mais leitores, quero poder ter uma abrangência maior no Brasil, chegar em lugares que eu ainda não não cheguei. O meu público maior é sudeste, apesar de ter em outros estados. Eu tenho essa intenção de abranger um público maior e, quem sabe um dia, poder levar isso para fora. Eu tenho essa ambição” finalizou. E a Julietta tem certeza de que Helô Delgado alcançará ainda mais espaços com seu trabalho cativante.

Escrito por: Anna Julia Ponciano e Ana Clara Reis

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