#JuliettaEntrevista: a rainha dos romances, Carina Reis

Carina Reis não tem mais de vinte mil seguidores no Instagram por qualquer razão. Ela é uma espécie de rainha dos romances, e se você navega há um tempo entre as bookredes, provavelmente já escutou o nome dela por aí. E aproveitando que estamos falando sobre ela, se pudesse trabalhar com uma personagem feminina por uma semana, ela escolheria uma de suas próprias personagens, a Virgínia Klein, de “Penalidade Máxima”, que é gestora de crise, formada em Relações Públicas, e é contratada para resolver as crises de um jogador de futebol bonitão — com o qual ela acaba se envolvendo. “Mas eu gosto muito da personalidade dela, e me identifico muito com a personagem em si, então, se fosse para trabalhar com alguém, seria com ela. […] E ela é plus size, é gorda. E ele é todo padrão. E eu gosto do feedback das leitoras porque elas se colocam no lugar da Vi e sentem que podem ser amadas independente da forma”, justificou a autora.

Carina Reis, autora de romances. (Foto: Reprodução/Acervo)

Carina sempre gostou de escrever, mas, curiosamente, começou a escrever por meio das poesias. Em 2011, ela se formou em Jornalismo, e contou para a Julietta que já explorou praticamente todos os setores da profissão e as possibilidades que a carreira poderia proporcionar. “Trabalhei como assessora, como repórter de impresso, editora, TV… fiz de tudo um pouco. E durante a pandemia, eu tive uma coisa que eu nunca tinha tido: que era tempo [risos]. Porque como jornalista, a gente trabalha muito, e [quando] eu era jornalista investigativa, então, se o policial me ligasse de madrugada, eu ia na delegacia de madrugada […]. Então, eu sempre trabalhei muito, muito e muito. E embora eu gostasse de escrever, eu escrevia todo santo dia, histórias que não eram minhas. Claro que eu tentava fazer com a maior sensibilidade possível, mas às vezes nem é tão possível assim, porque você tem que ser muito objetivo, né. E eu acho que meus livros não são muito grandes porque justamente eu tenho esse cacoete — não sei se essa seria a palavra correta — de jornalista, de tentar colocar a melhor história possível no melhor espaço possível porque é sempre o que a gente tem”, compartilhou Carina que, durante a pandemia, já estava trabalhando com a parte de assessoria de imprensa. Ela trabalhava de casa, mas não tinha muito trabalho para ocupar o tempo. E foi em meio à um ato de coragem que ela decidiu, de fato, começar a escrever. Carina, quando estiver lendo isso, espero que saiba que nossos objetivos por aqui não são tão tradicionalmente jornalísticos assim.

A autora gosta da abordagem de sempre escrever o que quer, seja uma ideia comercial ou não. “Tem livros que a gente sabe que não vai dar certo”, afirmou a autora, que deixou claro que não tem receio de publicar aquilo que ela sente que é certo. 

Autora de romances, Carina Reis acumula mais de vinte mil seguidores no Instagram. (Foto: Reprodução/Acervo)

O processo da primeira publicação de Carina foi simbolicamente engraçado. Ela escreveu, terminou e se questionou: “e o que eu faço com isso aqui?”. Enviou para duas amigas darem uma olhada, morrendo de vergonha, mas, felizmente, elas gostaram e começaram a incentivar a publicar. “Eu trabalho com Jornalismo e do nada vou lançar uma comédia romântica?”, “Quem sou eu?”, se perguntou a autora. Depois de três meses enrolando, foi com o incentivo — “ordem”, talvez? [risos] — materno que ela sentou, pesquisou como fazia e subiu a história na Amazon — babado: a capa era feita no Canva e ela teve alguns percalços pelo caminho para subi-la [hahaha]. Ainda bem que hoje em dia a gata está bem experiente e já sabe para onde correr. “Até que uma abençoada de uma leitora, linda, encontrou minhas redes sociais, que eram pessoais na época, para falar que leu meu livro e que ela tinha gostado muito. Naquele mês eu fiz trinta reais na Amazon”, compartilhou Carina entre risadas, enfatizando o quão feliz ficou por pessoas desconhecidas terem tido vontade de verdade de ler o que ela escreveu, mesmo quando era uma “ninguém”. “Se eu não tivesse recebido aquela mensagem, acho que talvez eu não tivesse escrito um segundo livro”, admitiu.

Além desse ser iluminado, talentoso e engraçado, você ainda tem dúvidas sobre as razões para consumir as obras dessa mulher? A Julietta avisa: os romances hots não estão para brincadeira, e são um quartinho cheio de amor e sem saída. Você com certeza vai se apaixonar pelo Cariverso, assim como a gente.

Escrito por: Ana Clara Reis.

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