Lara Jean Covey marcou a vida de muitas meninas, seja como personagem literária (2014) ou como personagem cinematográfica (2018). E como uma boa amante de “Para Todos os Garotos que Já Amei”, eu te recomendo ler essa matéria escutando uma das canções que fazem parte da trilha sonora da trilogia. Algumas das minhas dicas são: “I Like Me Better”, Lauv; “Lovers”, Anna of the North e “Beginning Middle End”, Leah Nobel.
Esta jornalista, em específico, é apaixonada pela personagem construída por Jenny Han. Lara Jean é aquela personagem com inseguranças, defeitos e qualidades que equilibram. São essas combinações que fazem dela a menina encantadora que faz com que muitas outras garotas ao redor do mundo se identifiquem com sua história e sonhos e se sintam abraçadas.
A verdade é que Jenny Han teve coragem de jogar ao mundo uma personagem feminina que não tem receios de que as pessoas não gostem do seu estilo ou dos seus sapatos — Lara Jean está mais interessada em ser quem é, do que ser quem os outros desejam que ela seja. E ainda que você não se identifique totalmente com os gostos dela, esse texto não deixa de ser para você. Afinal, o que importa é a lição principal; ser você mesma, independente de qualquer coisa. Vamos às lições, então?
- Cozinhar não precisa ser sinônimo de “o lugar da mulher é na cozinha”

Está tudo bem. Sei que fomos ensinadas enquanto mulheres por uma sociedade machista que muitas vezes alegava — e ainda alega — que o nosso lugar é em uma cozinha, nas “tarefas do lar”. Como mulher, eu sei: isso dói. E por isso escolhi esse tópico tão importante. A atividade de cozinhar deve estar ligada ao bem estar, a satisfação. Ao carinho, seja para com outra pessoa ou consigo mesma.
Lara Jean sempre se demonstrou uma garota forte, com personalidade e que sabia o que queria. Para ela, cozinhar envolvia amor, envolvia diversão. E mesmo que não fosse a melhor, ela tentava. E não era algo que estava ou não ligada à feminilidade, até porque, muitas vezes era o pai solteiro que cozinhava para as três filhas.
Cozinhar pode ser terapêutico, um exercício de amor próprio. Se dar o direito de experimentar, descobrir o prazer em pequenas áreas do dia a dia, de errar e de tentar fazer melhor para acertar na próxima — ou nas próximas — vez(es). Experimentar fazer seu prato favorito, replicar uma receita de família ou criar uma do zero com ideias que você juntou do explorar do seu Instagram pode ser uma atividade libertadora e de autoconhecimento.
2. Viver as frustrações

Acredite ou não, se permitir sentir é uma atividade excelente. Como uma mulher jovem, tenho tentado sobreviver com minhas crises internas a cada dia. Cara leitora, se você chegou até aqui, quero que saiba que você não está sozinha.
Sabe aqueles momentos em que você está tão frustrada que o seu tempo fica pintado com o tédio? Em que você não consegue fazer nada, por mais que esteja atolada de coisas ou simplesmente a ansiedade não te permite escolher um caminho o qual seguir naquele momento? É, eu também sinto. Assim como a Lara Jean, que precisou lidar com muitas frustrações ao longo de sua história. Essa é apenas uma das razões que geram tanta identificação com o público: o fato dela sentir e reconhecer o que está sentindo, porque se permitiu a isso.
O que nos leva a conclusão deste tópico: você tem o direito a ficar frustrada por um dia e sem fazer nada, apenas olhando para o teto. Você tem permissão para. Para sentir, para reconhecer e para conhecer os seus sentimentos.
3. Fazer coisas nas quais você não será a melhor, mas estará se divertindo mesmo assim

Um dos pontos primordiais para a diversão é o espírito esportivo e a felicidade em estar realizando aquilo. Como uma pessoa competitiva, eu acabava frustrada por não me sair tão bem em algumas atividades — e eu sempre gostei de me aventurar em muitas delas. Desde atuação, até dança, canto — mesmo sem cantar bem [risos] — e até mesmo desenho. A escrita sempre foi um ponto que eu questionava — e ainda questiono —, até o momento em que entendi que sempre haverá alguém melhor do que a gente naquilo, e que está tudo bem. #LiberadoSerPositiva.
Lara Jean nunca foi a melhor ou mais descolada, mas, por exemplo, ela torcia e fazia isso do seu jeitinho. Sendo ou não uma garota padrão, ela se divertia, dava o seu melhor e no final, chamava a atenção por se destacar; pela energia, pelas ações leves de se conviver com ela.
As ações as quais me refiro, são todas aquelas que fizeram John Ambrose e Peter Kavinsky se apaixonarem por ela; que fizeram o Josh a ter como melhor amiga; que fizeram a Christine ficar ao lado dela apesar das diferenças e que que permitiram que ela e Gen voltassem a ser amigas no final.
Não me entenda mal: Lara Jean também tinha seus momentos de competitividade, e isso também a fazia ser quem ela era. Mas o ponto neste momento, é que você precisa se permitir viver coisas sabendo que não será a melhor nelas, apenas pelo prazer de fazer e tentar. O leque de possibilidades que esse pensamento abre para nossa recreação pessoal é gigante, e deve ser levado em conta ao tomarmos a decisão de tentar explorar um hobby novo.
4. Reconhecer a beleza e o valor das pessoas ao seu redor

Lara Jean sempre foi muito ligada à família, principalmente depois da morte da mãe. Como mencionei anteriormente, ela e Christine, sua melhor amiga, são bem diferentes. No livro, isso fica ainda mais evidente. E é por isso que escolhi começar por ela.
Se você acompanha a Julietta há um tempo, em especial meus textos, saberá que eu, esta jornalista que vos escreve, gosta de tornar os textos menos impessoais. Recentemente, briguei com minha melhor amiga. E uma coisa que aprendi durante essa briga, é que deixamos a beleza e o valor daqueles que nos cercam desaparecer em meio aos problemas e conflitos cotidianos, até que não reconheçamos mais as qualidades de quem amamos, por mais que ainda os amemos.
Durante os filmes e os livros, vemos como Kitty — Katherine Covey — a irmã mais nova de Lara Jean e Margot, acaba brigando com Lara Jean uma quantidade considerável de vezes. E mesmo assim, a ligação especial entre elas impede que esse amor morra. Como uma garota orgulhosa, tem vezes em que eu assisto ou leio algo e já penso: “Nossa, se fosse eu, não teria perdoado tão fácil assim”. Depois, passa. Mas é algo que aprendi com a minha própria experiência.
Então, se você sente que suas relações estão fragilizadas, minha sugestão, diante de tudo que aprendi assistindo e lendo sobre Lara Jean, é fazer uma pequena lista: no papel, celular, sacola de pão… e escrever para si mesma o que te fez amar aquelas pessoas; o que você mais admirava nelas e o que te fez mudar sua visão. No final, tenho certeza de que se sentirá bem mais leve!
5. Não tenha medo de ser brega!

Amar não é brega. Se vestir do jeito que quiser, não é brega. Ser você não é brega. A opinião das pessoas, seja das mais próximas ou desconhecidas, costuma nos assustar. Isso é um fato — um fato ruim, mas, ainda assim, importante de se reconhecer.
Para algumas pessoas, Lara Jean Covey tem um estilo brega. Ela gosta de coisas consideradas “ultrapassadas”, femininas demais. A sociedade nos fez odiar o ser feminino, fazendo com que isso se tornasse um fardo ao invés de um direito de escolha. E ser romântica, fofa, elegante e mais não é ser brega.
“Ser brega” é apenas uma desculpa que pessoas infelizes consigo mesmas e sem coragem usam de qualquer jeito para falar sobre outras pessoas que estão em busca de sua felicidade — mas não me entenda errado, “brega” é uma palavra legal, e se você não a usar com maldade ou ódio, está tudo bem manter no seu vocabulário para descrever as coisas. Até porque, muitas delas são bregas — e está tudo bem. Às vezes, eu mesma gosto de ser brega.
JulieLover, não tenha medo de ser brega.. O mundo precisa de “mais breguices por aí”.
Com amor, esta jornalista.
Escrito por: Ana Clara Reis