Fast Fashion: entenda o significado e quais seus impactos negativos

A indústria da moda tem investido em um modelo de negócio que foca na produção massiva e rápida de roupas para acompanhar as tendências atuais. 

Embora roupas bonitas e baratas possam parecer a melhor escolha, a indústria de fast fashion produz peças a uma velocidade tão alta que a maioria dos consumidores têm dificuldade em acompanhar.  

O que torna o fast fashion tão popular? 

O termo fast fashion ganhou destaque pela primeira vez em um artigo do New York Times, em 1989, que abordava a abertura da primeira loja da Zara nos Estados Unidos. Segundo o jornal, o objetivo da marca era que o processo de desenvolvimento do design e conceito das roupas até que chegassem ao consumidor fosse concluído em apenas 15 dias. 

Normalmente, as peças são “dupes” de looks de celebridades e criadores de tendências, ou mostrados nas passarelas de cidades como Nova York e Paris. A meta das marcas e fabricantes é disponibilizar essas peças para os consumidores enquanto as roupas ainda estão em alta e com preços muito acessíveis. 

Embora as principais marcas atualmente incluam grandes lojas físicas com presença online, como Renner e Zara, o fast fashion também tem permitido que marcas e varejistas exclusivamente online ganhem destaque, como Shein, Cider e Aliexpress. 

Como o fast fashion afeta o meio ambiente? 

A indústria têxtil é responsável por 10% das emissões globais de gases do efeito estufa, emitindo 1,7 milhão de toneladas de CO2 por ano, conforme informações da Climate Seed. A produção de fibras têxteis envolve desmatamento, uso de fertilizantes e pesticidas, extração de petróleo e transporte, entre outras formas de poluição. 

Ainda, a produção em massa característica do modelo fast fashion promove condições de trabalho precárias e o trabalho escravo, especialmente em países da Ásia.  

As indústrias se beneficiam dos baixos salários pagos a trabalhadores nestes países, que frequentemente enfrentam condições de trabalho perigosas e, em alguns casos, crianças são exploradas, segundo a Humanium, uma organização internacional que defende os direitos das crianças. 

Além dos impactos durante a produção, há também o problema do descarte. Com um ciclo de vida tão breve, muitas peças acabam rapidamente em aterros e lixões. Dependendo da composição das fibras têxteis, a peça pode não ser reciclável.

Descarte em massa de roupas no Deserto do Atacama, no Chile. (Foto: Reprodução/G1).

O poliéster, por exemplo, é a fibra têxtil mais comum na moda, mas, o que muita gente não sabe, é que ele leva cerca de 200 anos para se decompor. Além disso, lavar roupas com essa composição de fibras libera microplásticos que acabam no oceano e, eventualmente, em nossos organismos.  

Alternativas para evitar o consumo de fast fashion 

Os consumidores podem tomar várias medidas para reduzir o consumo de fast fashion e adotar um estilo de compra mais consciente. Uma estratégia é escolher roupas que contenham menos de 20% de poliéster, promovendo práticas mais sustentáveis. Sem contar que, peças confeccionadas com fibras naturais, como algodão orgânico, linho e seda, tendem a ser mais duráveis e têm uma vida útil muito mais longa. 

Outra excelente alternativa é explorar brechós e lojas de segunda mão, que oferecem roupas de alta qualidade feitas de fibras naturais e preços acessíveis. Esses locais ajudam a prolongar o ciclo de vida das roupas, contribuindo para uma moda mais sustentável.  

Escrito por: Luiza Carolina Castro.

Revisão por: Milly Ricardo.

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