Em segundo disco, Anna Pêgo mescla amores exuberantes com narrativas e sons envolventes

Anna Pêgo lançou seu segundo disco, intitulado “Miragem”, na última quinta-feira (13). As oito faixas autorais foram produzidas por um time estrelado de músicos premiados no Grammy Latino, e levam os ouvintes a uma viagem entre o pop nostálgico e confessional.

Apostando no R&B, house music, pop, disco, hip hop e MPB, “Miragem” veio para solidificar a imagem de Anna enquanto uma artista versátil, que não teme arriscar e inovar. Atualmente, Anna está sob os cuidados da Transe Coletivo, responsável pela assessoria de artistas como Carol & Vitória, Mariana Nolasco e Ana Gabriela.

(Foto: Reprodução@annapegooficial/@muriloamancio)

1. Saudade: o nome já descreve bem a canção, repleta de ritmo, que chega como uma promessa para a música brasileira. Com vocais impecáveis, “Saudade” pode ser descrita como a típica faixa que merece estourar. Aquela que fica na sua cabeça, mas não por ser chiclete; ela permanece em nossos pensamentos por ser uma canção gostosa de se colocar no modo de repetição do Spotify, Deezer e outros. O visual do videoclipe é impecável, como foco no eu lírico da canção — a própria Anna, que exibe sua expressividade em meio aos tons azuis da fotografia. O interessante é que a cor azul é conhecida, justamente, por ser uma das cores mais fascinantes e intrigantes que existem; e, em meio as suas possibilidades de representar diversos sentimentos, ela casou como uma luva na música. Vale mencionar que a palavra “saudade” pode ser usada num contexto de dor emocional e, constantemente, o azul é usado para remeter ao frio e até mesmo sentimentos como tristeza.

2. Foge de Mim (part. Math Basso): Propositalmente ou não, vamos mencionar o azul outra vez. Mas, agora, ele está mais colorido, com a presença de elementos amarelados e até mesmo algumas outras cores quentes. Agora, o eu lírico está diante de um amor que foge dele; mesmo que ele se esforce para manter o contato e a conexão existente entre o casal. Com uma batida diferente, para quem valoriza este elemento em canções, a faixa pode se tornar a sua favorita.

3. Miragem: Lembra da menção ao amarelo? Pois é! É aqui que ele entra outra vez! Com uma jogada de câmera, óptica e um campo de girassóis, Anna leva a palavra “Miragem” a uma mistura visual e sonora muito interessante, em que o eu lírico já está enxergando as situações de modo diferente do anterior. Agora, o eu lírico demonstra que está com a outra pessoa apenas por uma espécie de “pena”, o que é bem interessante, ressaltando o seu empoderamento pessoal de uma forma que, socialmente, nos faz pensar no que consideramos certo ou não fazer diante daqueles que mexem e/ou mexeram fortemente com nossas emoções — seja no tempo presente ou passado.

4. Não Quero Mais: Essa é aquela música para quem finalmente parece ter superado aquele amor, o deixando para trás. O eu lírico afirma que não voltará para o tempo em que não era devidamente valorizado. É a afirmação de decisão dele, ds afirmação de que está olhando para si mesmo depois de uma relação que o levou a isso.

5. Se O Mundo Acabar: Sem videoclipe até então, para quem escutar na ordem descrita até agora, se surpreende com a versatilidade da artista de surpreender com os estilos diversos e as letras que tocam, de fato, em nossos corações. De longe, essa é uma das melhores canções do álbum, que demonstra um lado vulnerável do eu lírico. A sensação que tenho escutando essa canção é que meu coração pode sair do peito a qualquer momento com tanta emoção; com uma síntese tão linda, genuína e sincera de sentimentos. 

6. Segredo: Aqui, ficamos de cara com um lado romântico e apaixonado do eu lírico criado por Anna Pêgo. É onde sentimos paixão, aquele calor diante das palavras, do ritmo, das batidas e da melodia. É aquela canção que super combinaria com a cena de uma protagonista decidida numa novela das sete, encarando seu par romântico num bar ou evento cheio de pessoas.

7. Cuidado: Globo, pelo amor de Deus! Você está perdendo uma baita artista para as suas trilhas sonoras. Quando a gente chega na penúltima faixa do álbum, pensamos que ela não pode nos surpreender. Então, Anna nos bombardeia com uma versatilidade — já demonstrada anteriormente — estupenda, demonstrando que deixou o melhor para o final. Esta altura, já contemplamos a força do eu lírico dela.

8. Quinta da Manhã: A cereja do bolo! Diferente e singular ao mesmo tempo de todas as anteriores, sinto que Anna se despiu completamente ao escolher incluir “Quinta da Manhã” na setlist do álbum. E não é apenas por suas letras, é pelo conjunto delas com a sinceridade em seu canto.

(Foto: Reprodução/@annapegooficial)

Em muito tempo esta jornalista não se via diante de uma cantora nacional que a tocasse tão profundamente quanto Anna Pêgo. O álbum inteiro parece se conectar, se co-relacionar entre as faixas e ser tão singular e independente ao mesmo tempo, contando oito histórias lindíssimas e profundas, com início, meio e fim. Em palavras da própria artista, “Esse disco, [para] mim, é uma evolução. Sempre quis explorar essas sonoridades e temas”, que retificou a pluralidade de gêneros incluídos em seu segundo álbum.

Esse trabalho só chegou a [este] resultado por conta de todos os profissionais que tiveram em volta dele. Todos me ajudaram a encontrar a linguagem moderna e ideal para esse projeto”, compartilhou Anna. Suas composições tiveram participações como Carol Biazin e Ana Gabriela. Se você está procurando uma artista nova para conhecer, Anna Pêgo tem tudo o que oferecer; desde uma bandeja de pluralidade sonora, sem deixar de ser fiel a ela mesma, até uma voz lindíssima e positivamente viciante.

Escrito por: Ana Clara Reis

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