E porquê eles permanecem até os dias atuais em nossos corações
O nome Kate Hudson não é desconhecido. Certa vez, a estrela de “Como Perder um Homem em 10 Dias” e “Noivas em Guerra” afirmou que acha difícil arranjar protagonistas masculinos para comédias românticas. Para ela, alguns desses filmes de sucesso se tornaram atemporais por serem bem escritos, o que faz as pessoas voltarem para assisti-los muitas vezes — e faz todo sentido. “Acho que é sobre a escrita e como estamos investindo em contar a história do roteiro e dos diretores. Se você olhar para as comédias românticas clássicas ou filmes que duram para sempre — porque duram para sempre, as pessoas voltam e voltam [nesses filmes] —, eles tiveram os melhores escritores”, afirmou a atriz.
A opinião de Kate sobre o assunto nos leva a pensar no porquê alguns desses homens fictícios se tornaram o que chamamos de “comfort boys” (garotos de conforto). Assim como os livros, séries, filmes e músicas de conforto, que aquecem — metaforicamente — nossos corações, algumas personagens — e hoje falaremos sobre as masculinas — têm a capacidade de nos fazer sentir abraçadas. Mas você já se questionou porque nos sentimos assim?

Sterling Knight como Christopher Wilde em “StarStruck” (2010), do Disney Channel. (Foto: Reprodução/Pinterest).
O ato de influenciar pessoas sempre esteve presente nas civilizações, ainda que se manifestasse de forma diferente com o passar dos anos. Contar e compartilhar histórias pode ser considerado um ato de influência, seja com intuito proposital ou não. Quando unimos esse ponto ao estímulo visual, temos o produto final: um filme, uma série, uma novela; um produto, uma criação, uma história audiovisual. Com base nesta afirmação, compreendemos que o que consumimos — no caso, assistimos — irá gerar consequências, considerando a Terceira Lei de Newton. Como recebemos esses estímulos gerados pela história sendo contada resulta num segundo produto final, que pode ser considerado como a diferença que a história fará na nossa vida. Esta diferença pode ser uma paixão platônica, uma referência pessoal ou, até mesmo, a indiferença propriamente dita.
No entanto, o termo “comfort boy” não está atrelado ao protagonista — ou personagem em questão — se encaixar num padrão. Ainda que, por vezes, eles sejam em maioria gentis, amorosos e românticos, o padrão é completamente individual — e por isso, a Julietta separou uma lista com alguns dos mais famosos.

Chad Michael Murray ao lado de Lindsay Lohan em “Uma Sexta-Feira Muito Louca”. (Foto: Reprodução/Pinterest).
20 personagens que ganham o título de “Comfort Boy”
- Peter Kavinsky (Noah Centineo) – Para Todos os Garotos que Já Amei
- Christopher Wilde (Sterling Knight) – StarStruck: Meu Namorado é uma Superestrela
- Andrew Paxton (Ryan Reynolds) – A Proposta
- Ben (Glen Powell) – Todos Menos Você
- Hayes Campbell (Nicholas Galidine) – Uma Ideia de Você
- Benjamin Barry (Matthew McConaughey) – Como Perder Um Homem em Dez Dias
- Tom Balley (Patrick Dempsey) – O Melhor Amigo da Noiva
- Jackson (Luke Bracey) – Amor com Data Marcada
- Drew Paflerson (Robbie Amell) – Imaginem Só
- William Thacker (Hugh Grant) – Um Lugar Chamado Nofling Hill
- Patrick Verona (Heath Ledger) – 10 Coisas que Eu Odeio em Você
- Alex Stewart (Sam Claflin) – Simplesmente Acontece
- Joshua Templeman (Austin Stowell) – O Jogo do Amor/Ódio
- Zack Siler (Freddie Prinze Jr.) – Ela É Demais
- Jake (Chad Michael Murray) – Sexta-Feira Muito Louca
- Nicholas Devereaux (Chris Pine) – O Diário da Princesa 2
- Josh Lucas (Paul Rudd) – As Patricinhas de Beverly Hills
- Joey Parker (Drew Seeley) – Outro Conto da Nova Cinderela
- Mafl Flamhaff (Mark Ruffalo) – De Repente 30
- Theo (Pierre Boulanger) – Monte Carlo
Para a maioria das mulheres jovens de hoje em dia, esses personagens foram marcantes. Por mais que alguns sejam atuais, são a prova de que comédias românticas bem trabalhadas vendem e caem na “boca do público”. O sucesso “Todos Menos Você” (“Anyone But You”), estrelado por Sidney Sweeney e Glen Powell, provou que sensualidade, música boa e muita beleza misturados à uma alta dose de química entre protagonistas é a fórmula para conquistar o público que, com o passar dos anos, começou a ser julgado pelos “desconstruídos” (e sim, esta é uma crítica direta aos “haters” de comédias românticas!).

Noah Centineo como Peter Kavinsky na adaptação homônima da trilogia literária de Jenny Han “Para Todos os Garotos que Já Amei”. (Foto: Reprodução/Pinterest).
Mas voltemos ao foco: o que os tornou tão memoráveis assim? É simples: todas sonhamos com o amor, independente de quem o acompanha. Sonhamos com amor, com cuidado e carinho. Queremos receber flores quando sabemos que vai chover (alô, referências) e doces quando estamos na TPM. Mulheres são diferentes e, ao mesmo tempo, iguais. Isso impede que eu descreva que todas pensam da mesma forma; mas não impede que eu vos afirme: todas merecem ser bem tratadas e sentir seu coração acelerar por alguém que encanta seus olhos. É por isso que acredito que nossos garotos conforto nos fizeram tão bem durante nossa infância, adolescência e, agora, vida adulta. Eles representam o tratamento que merecemos. São humanos, erram apesar de serem os mocinhos, e nos aproximam de uma expectativa que pode ser real. E se você chegou até aqui, espero que encontre o que deseja o mais breve possível. Boa sorte no amor, no romance e na magia, Julie Girl. Estou torcendo por você!
Escrito por: Ana Clara Reis.
Revisão por: Milly Ricardo.