Agatha Christie: a arte de escrever histórias policiais imprevisíveis

Agatha Mary Clarissa Miller nasceu em 15 de setembro de 1890, na Inglaterra vitoriana. Vinda de uma família proeminente, teve acesso a melhor educação da época e estava rodeada pela influência que a aura de mistério dos assassinos em série do século 19 trouxe. Agatha, que mais tarde se tornaria um dos nomes mais importantes da literatura mundial, se tornaria Agatha Christie duas décadas mais tarde, ao casar com o piloto Archibald Christie.

Histórias policiais não eram novidade para os leitores daquele século, uma vez que o escocês, Arthur Conan Doyle já havia criado o maior detetive fictício de todos os tempos: Sherlock Holmes. Logo, é bem provável que esperavam que Hercule Poirot seria mais do mesmo. O que a sociedade literata não esperava, era que Christie criaria um santuário de obras policiais envolventes e imprevisíveis, ou que viria a ultrapassar Doyle em número de livros. Ao todo, teve 80 obras publicadas, dentre estas, romances e contos.

(Foto: Reprodução/Internet)

Agatha começou a trilhar seu caminho na ficção policial após a Primeira Guerra Mundial, onde foi voluntária no Exército da Cruz Vermelha. Naqueles anos, após escrever seu primeiro livro “O misterioso caso de Styles”, ela não poderia imaginar que viria a ser conhecida como a Rainha do Crime ou a Dama do Mistério. Christie conseguiu criar em cada livro que escreveu, uma história independente, cheia de reviravoltas, e em que o leitor duvidaria de quem seria o verdadeiro culpado até as últimas páginas.

Uma das reviravoltas mais inusitadas, aconteceu com a própria autora, e honestamente, creio ser uma das jogadas de marketing mais eficaz de todos os tempos. Após o lançamento de “O assassinato de Roger Ackroyd” Agatha simplesmente desapareceu por dias, quando seu marido, Archibald, lhe deu a notícia do divórcio. Seu desaparecimento gerou rumores que se mesclaram com suas histórias e até gerou suspeitas em cima de seu cônjuge. Isso fez com que seus livros se tornassem mais conhecidos e anos mais tarde ela se casaria novamente, dessa vez com um arqueólogo, Max Mallowan.

(Foto: Reprodução/Internet)

O segundo casamento da Dama do Mistério lhe rendeu muita inspiração, pois ela viajava com Max em suas expedições e foi nessa época, 1930, que surgiram duas de suas obras mais famosas “O assasssinato no Expresso do Oriente” e “Morte no Nilo”.  Esses dois e mais uma dúzia de seus livros foram adaptados para o cinema. As adaptações mais recentes são “Morte no Nilo” (2022) que conta com Gal Gadot, Kenneth Branagh e Armie Hammer; e “A Noite das Bruxas” (2023) que novamente tem Kenneth Branagh como o detetive Poirot e conta ainda com a ganhadora do Oscar de melhor atriz (2023), Michelle Yeoh.

(Foto: Reprodução/Internet)

Para além dessas adaptações recentes, temos as mais antigas como “A casa torta”, “E não sobrou nenhum”, “A maldição do espelho” etc. Mesmo após sua morte, Agatha Christie continua sendo uma das maiores escritoras do gênero Ficção Policial. 

Aproveito o espaço para indicar um dos meus favoritos: “Um brinde de cianureto”. Aqui você vai se deliciar com uma teia de suspeitas familiares cercando a trágica morte de Rosemary Barton em um jantar com amigos e parentes. O leitor é levado a suspeitar de todos os que estavam no jantar. Em cada capítulo você terá certeza de quem é o assassino, para no próximo, mudar de ideia.

Escrito por: Milena Rayana

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *